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Ministro da Integração se explica hoje no Congresso sobre acusações de favorecimento

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

12/01/2012 06h00

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, deve comparecer na tarde desta quinta-feira (12) à Comissão Representativa do Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre uma série de denúncias de que, em sua gestão, beneficiou seu Estado de origem, Pernambuco, parentes e pessoas ligadas ao partido dele, o PSB.
 
Bezerra já afirmou que as recentes acusações contra ele são infundadas e têm motivação eleitoreira, uma vez que ele é pré-candidato à prefeitura da capital pernambucana. Ainda assim, Bezerra prepara há duas semanas uma apresentação detalhada para explicar aos parlamentares presentes à reunião a sua “versão dos fatos”.
 
Na semana passada, a ONG Contas Abertas informou que mais de 90% de todos os repasses feitos pelo Ministério da Integração Nacional para o programa de “prevenção e preparação a desastres” em 2011 foram destinados a Pernambuco. Como resposta, diante das novas tragédias decorrentes da chuva dos últimos dias na região Sudeste, o ministro justificou que os recursos da pasta empenhados nos projetos foram selecionados por critérios técnicos.
 
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), sobre as ações de apoio aos afetados pela chuva, Bezerra voltou a desconversar quando questionado sobre a permanência dele na disputa eleitoral e reforçou que irá se manifestar em entrevista apenas depois de falar com os parlamentares.
 
Formada por 17 deputados e oito senadores, a Comissão Representativa, que irá ouví-lo e questioná-lo no Congresso, é composta em sua maioria por aliados do governo Dilma –com o número proporcional às bancadas dos partidos nas duas Casas. Pela oposição, apenas três deputados e um senador da oposição participam do grupo que atua durante o recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro.
 
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) poderia participar da reunião como líder do partido, mas disse que não pretenderia “dar palco para o ministro se apresentar e ainda sair aplaudido por aliados do governo”. Nesta terça-feira (9), Torres protocolou uma representação contra o ministro na Procuradoria-Geral da República, apontando indícios de prática de improbidade administrativa devido a série de denúncias contra o ministros. (Veja quadro abaixo)
 
Já o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) confirmou a presença e protocolou um pedido de convocação do ministro que, antes disso, se colocou à disposição do Parlamento. “A maioria esmagadora fará louvação ao ministro, mas nossa obrigação é colocar o mal à luz para que a sociedade faça seu julgamento”, avaliou o tucano.