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Mesmo com divergências internas, PDT reafirma apoio à Dilma e diz esperar indicar ministro

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

30/01/2012 13h15

Em reunião da Executiva Nacional do PDT nesta segunda-feira (30), líderes do partido reiteram o apoio ao governo de Dilma Rousseff e afirmaram manter expectativa de indicar um nome da legenda para comandar o Ministério do Trabalho.

O posto pertenceu a Carlos Lupi (presidente do PDT) até o início de dezembro do ano passado, quando deixou a pasta após uma série de acusações envolvendo repasses de verbas para ONGs, suposto beneficiamento ao partido e prestação de serviço em dois cargos públicos ao mesmo.

“Independentemente da crise que afetou o partido e foi diretamente relacionada com o cargo que nós ocupávamos no governo federal, o partido tem uma profunda identidade com o governo da presidente Dilma, dos valores que o governo defende dos direitos do trabalhador e de valorização do trabalho no Brasil”, afirmou o deputado federal Brizola Neto (RJ) e 2º vice-presidente do PDT.

O encontro da legenda foi convocado para discutir a organização partidária e os procedimentos dela diante das eleições municipais em outubro deste ano depois do desgaste que o partido sofreu com a saída de Lupi do governo.

“O momento é de profunda reflexão. Não adianta colocar uma reunião e parecer que não existe crise, que não existiu nenhum processo de desgaste público. O papel do partido, neste momento, é discutir os rumos das suas decisões, nos seus processos de organização e ver onde nós erramos”, declarou Neto.

Já o vice-presidente da PDT e deputado federal, André Figueiredo (CE), minimizou o racha no partido. Alguns setores, em especial no Rio de Janeiro, seriam contra a permanência de Lupi na presidência da legenda.

Lupi estava licenciado desde 2008, quando foi indicado para o Ministério do Trabalho, ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele reassumiu, em 9 de janeiro deste ano, a presidência nacional do PDT, cujo mandato se encerra em março de 2013.

“Temos um pequeno grupo que questiona as ações do Lupi quando, na verdade, este direito é para ser efetivado numa convenção partidária. A convenção aconteceu em 2011 e não houve chapa contrária e o Lupi tem total legitimidade e legalidade para estar na presidência do partido”, defendeu Figueiredo.

Lista

Com a saída de Lupi no ministério do Trabalho, o secretário-executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto, assumiu o cargo de forma interina.

No entanto, o PDT ainda alimenta a expectativa indicar um nome para a pasta. Entre os cotados da legenda, estão André Figueiredo, o também deputado Vieira Cunha e o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.

“Na medida que não há uma decisão, vários nomes são citados. Eu me sinto muito lisonjeado pela maioria do partido ter se manifestado neste sentido. É mais uma homenagem que se vão [de trabalhos prestados dentro do PDT] da minha dedicação ao partido e na minha tentativa de construir um partido orgânico, ideologicamente definido”, afirmou Manoel Dias

Segundo Dias, o partido conta atualmente com 521 prefeitos e 3.524 vereadores, e a meta deles é aumentar em 20% o número de pedetistas na próxima eleição municipal.

“O partido tomou uma posição: apoiará a presidenta Dilma independentemente de espaço no ministério. Caberá à presidenta buscar o partido para discutir se vai ter ou não participação”, disse o secretário-geral.