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Relator da CPI do Cachoeira se defende de críticas de que restringe investigação ao Centro-Oeste

O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, defendeu-se de críticas de que restringe investigação ao Centro-Oeste - Sergio Lima/Folhapress
O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, defendeu-se de críticas de que restringe investigação ao Centro-Oeste Imagem: Sergio Lima/Folhapress

Luciana Lima

Da Agência Brasil, em Brasília

02/05/2012 20h10


O relator da CPI mista (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse nesta quarta-feira (2) que a convocação do dono da construtora Delta Construção, Fernando Cavendish, não está descartada e se defendeu das críticas de que está restringindo a investigação da comissão à região Centro-Oeste. "Não é verdade que estamos restringindo a investigação à região Centro-Oeste", enfatizou.

Segundo o relator, a opção de não convocar o dono da construtora no primeiro mês de atividade da CPMI é porque ele decidiu que as atividades da Delta no Centro-Oeste seriam o ponto inicial das investigações. Odair Cunha sugeriu, por enquanto, que a CPMI convoque o gerente da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, para o dia 29 de maio. "Nós precisamos começar por um ponto e nós temos um elemento que indica o envolvimento do senhor Cláudio Abreu. Temos que partir de fatos. Cláudio Abreu foi preso e, nessa condição, ele precisa comparecer a esta comissão", justificou o relator.

"O que nós buscamos é saber qual o papel da Delta, inclusive da Delta Centro-Oeste. Não escrevemos exclusivamente Delta Centro-Oeste [no pedido]. Estabeleci o ponto de partida. O ex-diretor foi preso. Há elementos contundentes do envolvimento desse senhor, inclusive a suspeita de que ele seja um sócio oculto do senhor Carlos Augusto Ramos [o Carlinhos Cachoeira, bicheiro goiano preso desde fevereiro]", defendeu-se.

Além da ausência do nome de Cavendish na lista sugerida pelo relator, também não foram indicados os governadores Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro. De acordo com o relator, essas convocações deverão ser analisadas ao longo dos trabalhos. "A convocação dos governadores está contemplada. Não vamos começar a chamar os governadores sem analisarmos os autos", destacou.

O relator informou que, diante dos documentos recebidos até agora pela CPMI, ele julgou que não há elementos que justifiquem suas convocações. "Nós precisamos ainda ouvir os delegados e os procuradores e, além disso, estudarmos os inquéritos da Polícia Federal", observou, referindo-se aos trabalhos de investigação das operações que culminaram na prisão de Cachoeira e de outras pessoas ligadas a ele, como a Vegas e a Monte Carlo.

Odair Cunha evitou, no entanto, comentar a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de não comparecer à CPMI. Ele disse que a possível convocação de Gurgel está sob análise e que deve ser decidida pela comissão na próxima reunião. "Na próxima reunião administrativa, a CPMI deve enfrentar esse tema."