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Petista será relator da investigação no Conselho de Ética da Câmara sobre elo entre Protógenes e Cachoeira

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

16/05/2012 15h26

O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou nesta quarta-feira (9) a escolha do deputado Amauri Teixeira (PT-BA) para ser o relator do caso que investiga a relação do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Teixeira foi escolhido por Araújo dentro de uma lista tríplice que ainda continha os Jorge Corte Real (PTB-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O próximo passo da comissão é esperar que Teixeira entregue um relatório preliminar com o parecer dele se aceita ou não a denúncia que avalia se houve quebra de decoro por parte de Protógenes.

A expectativa do presidente da comissão é que o relatório seja entregue dentro de duas semanas. Apenas no caso de o relator avaliar que houve quebra de decoro, é que tem início o processo contra o deputado, a exemplo do que acontece no Senado com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

O pedido de abertura de processo contra Protógenes teve como base reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" que relatava gravações entre ele e Dadá, Idalberto Matias Araújo, suposto braço-direito de Cachoeiro em negócios ilegais.

Nas gravações, Protógenes instrui Dadá a como falar nos depoimentos que prestaria a Polícia Federal na Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas.

A definição do conselho em relação ao deputado pode resultar de suspensão ou até perda de mandato.

Caso de nepotismo

Com relação ao caso do deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA), acusado de nepotismo, o presidente da comissão indicou o deputado Assis Carvalho (PT-PI) para ser o relator.

Bacelar terá o prazo de 10 dias úteis para entregar sua defesa das acusações de nepotismo cruzado.  Reportagem da revista "Veja" afirma que ele nomeou em seu gabinete, como secretárias parlamentares, a mãe e a irmã do deputado estadual Nelson Leal (PSL-BA). Enquanto Leal nomeou para o gabinete dele, na Assembleia Legislativa baiana, a mãe e o tio de Bacelar.

O presidente da comissão negou que o fato dos dois relatores serem do PT tenha relação com tipo de pedido do partido. “Ao contrário, se tivesse alguma pressão era para não ser, neste caso eu não costuma ouvir partido”, afirmou.

Apesar de não haver critérios fixos para a definição dos relatores, o presidente da comissão optou por consultar os sorteados na última semana e evitar a indicação de algum parlamentar que tivesse amizade, inimizade ou estive comprometido com algum outro compromisso de trabalho que o impedisse de se dedicar à tarefa.