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Documentos da prefeitura estavam em depósito de lixo, diz prefeita no interior de São Paulo

Documentos da Prefeitura de Cássia dos Coqueiros (SP) são despejados em depósito - Divulgação
Documentos da Prefeitura de Cássia dos Coqueiros (SP) são despejados em depósito Imagem: Divulgação

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

09/01/2013 13h46

A prefeita de Cássia dos Coqueiros (304 km de São Paulo), Rosa Maria Gonçalves da Silva (PTB), 36, afirma ter assumido a prefeitura com o arquivo municipal em péssimas condições de conservação e a frota municipal sucateada.

Segundo ela, a situação do arquivo está tão caótica que foram encontradas até aves mortas em meio aos documentos oficiais. O arquivo fica no segundo andar do prédio da prefeitura.

“Eu cheguei a passar mal no meio daquela sujeira toda. Estamos estudando como vamos salvar esse material, que é um patrimônio importante da prefeitura”, declarou. Rosa diz que expôs a frota municipal sucateada na praça da cidade para os moradores tomarem conhecimento da situação. Ela afirma que pretende leiloar os veículos.

Antonio Carlos da Silva (PSDB), 47, ex-prefeito da cidade e derrotado na tentativa de reeleição por uma diferença de 36 votos, afirma que a adversária está “fazendo graça”.  De acordo com ele, o arquivo municipal estava organizado quando deixou o cargo.

“Mas pode ter sido bagunçado depois que saí”, afirmou. O ex-prefeito diz que, pela primeira vez na história da cidade, deixou as contas em ordem e a frota com novos veículos. “O que ela está expondo na praça são veículos que estavam encostados e não foram leiloados na minha gestão.”

Onde fica

  • Divulgação

    Cássia dos Coqueiros está
    a 304 km de São Paulo

Apesar de ter perdido as eleições, o ex-prefeito vai conviver diariamente com a adversária na prefeitura. Ele é assessor jurídico e trabalha na sala ao lado da prefeita. Quando era prefeito, Silva realizou e participou de um concurso público para preencher o cargo de assessor jurídico que ocupa.

Na ocasião, Silva chegou a se afastar do cargo de prefeito por um mês, que foi assumido pelo vice. Depois se licenciou do cargo de advogado do município e retornou à cadeira de prefeito.

Ele diz que agiu dentro da lei. O ex-prefeito ganha R$ 3.500 mensais e trabalha das 8h às 12h. Ele afirma que mantém um bom relacionamento com a rival. “Participei da transmissão do cargo e da prestação de contas, coisa que nunca houve antes por aqui.”