Revista "The Economist", que sugeriu demissão de Mantega, agora elogia programa federal Brasil Sem Miséria
A revista britânica "The Economist" publicou nesta quinta-feira (28) reportagem em que elogia os pontos fortes do programa federal de redução da pobreza Brasil Sem Miséria.
"Brasil Sem Miséria pode não acabar com a pobreza extrema no país, mas certamente representa um outro passo rumo ao fim", afirmou o periódico, que, no entanto, vê atraso na medida: "Brasil, um país com renda média, está atrasado ao tecer uma rede de seguridade social".
A revista cita as várias críticas que o programa tem recebido, como o fato de R$ 70 por pessoa ser insuficiente para quem mora em uma grande metrópole como São Paulo, mas responde aos críticos. "Mas uma família de agricultores de subsistência que mora em sua própria terra na região amazônia vai achar a quantia de R$ 70 por pessoa uma grande ajuda."
Outra crítica citada pela revista é o assistencialismo, que tiraria o incentivo das pessoas a trabalhar. "Esses criticismos erram o alvo por uma milha. È certamente mais fácil colocar as pessoas em programas sociais que retirá-las deles -- mas isso é verdade em qualquer lugar (não só no Brasil)". A "Economist" acrescenta que parte do dinheiro do programa é usada para treinamentos profissionais e de microfinanças, e, nas áreas rurais, treinamentos para métodos agrícolas mais eficazes.
Demissão de Mantega
A "Economist", que agora elogia o governo federal, é a mesma que sugeriu que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fosse demitido. Em editorial publicado em dezembro do ano passado, a publicação sugere a demissão de Mantega como uma alternativa para Dilma retomar a confiança dos investidores e alcançar um segundo mandato.
O ministro reagiu, dizendo que nãos eria demitido por "otimismo". A presidente Dilma Rousseff também respondeu à revista. "Em hipótese alguma o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto brasileiro, vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira", afirmou a presidente, durante a 44ª Cúpula do Mercosul, realizada em Brasília.
O periódico tem acompanhado com regularidade a política e a economia do país. Na semana passada, reportagem da "Economist" afirmava que as eleições presidenciais de 2014 no Brasil tiveram um "pontapé inicial prematuro".
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