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Dilma anuncia plano de recuperação pós-seca para o Nordeste

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

12/03/2013 13h05

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (12), em Água Branca (296 km de Maceió), que o governo federal está desenvolvendo um plano pós-seca para Nordeste a fim de garantir a recomposição das perdas agrárias e de animais da região.

Em Alagoas, Dilma Rousseff inaugurou, oficialmente, os primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão, que é uma pequena transposição do rio São Francisco para municípios alagoanos. O governo federal também anunciou recursos para irrigação e a continuidade da obra, que deve atingir 250 km de extensão.]

“Temos por obrigação ter um outro programa, que eu, a partir de agora, vou começar a formular, e vou dizer aqui o que ele vai ter. Nós temos de nos preparar para depois que a seca passar para garantir que todas as conquistas que conseguimos juntos, para o Nordeste, não se percam e não volte a atrás. É um programa de retomada”, anunciou Dilma.

A presidente também arrancou aplausos ao dizer que o governo federal vai recompor o rebanho perdido com a estiagem. “Não basta chover, porque a gente vai ter que recuperar o rebanho de bode, o bovino, as galinhas. O governo federal está atento. Só não posso recuperar enquanto tiver a seca. Quero dizer aqui, àquele agricultor que perdeu o seu bodinho, o seu boizinho, que o governo federal vai recompor isso”, garantiu.

Dilma ainda disse que, apesar da seca ainda persistir, que vai voltar a distribuir sementes. A presidente também fez elogios aos nordestinos e disse que espera dar oportunidades aos moradores na mesma proporção que de outras regiões.

“Devemos dar as mesmas oportunidades que existem no Sul e no Sudeste. Às vezes, as mesmas oportunidades estão na área de educação, de formação técnica e profissional, mas também de acesso a tudo que há de mais moderno na área de agricultura”, afirmou.

A presidente também fez um balanço de todas as ações federais de minimização dos efeitos da seca –como a antecipação do Garantia Safra e o Bolsa Estiagem. Dilma ainda disse que as ações devem tornar o semiárido um local possível de se viver com dignidade.

“Temos todo o interesse de fazer obras como essa, que permitem uma coisa que, para nós, é extraordinária, que é enfrentar a seca. Não temos como a evitar, mas temos como impedir que ela nos atinja. Essa obra vai durar anos e anos e vai permitir que nós possamos enfrentar a seca de forma eficiente”, afirmou.

Tucano elogia Dilma e Lula

Antes de seu discurso, a presidente foi homenageada pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que a deu flores. “Meu pai, o velho Teotnio Vilela, dizia que se o amigo não der flores, os inimigos que não darão. E eu quero dar flores a senhora, que é uma grande amiga de Alagoas e do sertão”, disse.

O governador também deixou de lado a política partidária e aproveitou cutucar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condução da obra, considerada a maior da história hídrica de Alagoas.

“Lembro quando eu e o senador Renan Calheiros colocávamos emendas, no Senado, e perguntavam se a gente era louco, porque era dinheiro pouco, para uma obra dessa magnitude. Mas foi com esse dinheiro que fizemos o projeto definitivo, e a obra foi inclusa como prioritária pelo então presidente Fernando Henrique, no projeto Alvorada. Emplacamos o Canal do Sertão. Mas quando chegou o presidente Lula e a colocou no PAC, essa obra desembestou”, afirmou.

O canal

Os 65 quilômetros inaugurados da obra fazem parte dos dois primeiros trechos do Canal do Sertão e que entraram em operação no último dia 28. O investimento até o momento na obra chega a R$ 1 bilhão. Outros dois, dos oito trechos, devem seguir em obras, conforme anunciou a presidente nesta terça-feira.

Quando estiver concluído, o canal terá 250 km de extensão, ligando Delmiro Gouveia (a 301 km de Maceió) a Arapiraca (a 122 km de Maceió), atendendo 42 cidades e mais de um milhão de alagoanos. A obra está inclusa no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O, melhorando a qualidade de vida da população sertaneja e desenvolvendo a economia regional.

Cesta básica custosa

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (12) que a desoneração de impostos da cesta básica foi a "mais custosa” para o governo federal, mas garantiu que a redução tributária seguirá como uma das prioridades do governo federal.
 
“O Brasil precisa reduzir impostos. Por isso decidimos reduzir todos os impostos da cesta básica. A redução é boa para reduzir a inflação, melhorar a renda do assalariado e permitir que ele compre o mesmo produto por um preço menor. Desoneramos a parte mais custosa, que terá um custo R$ 7,3 bilhões [anual]”, afirmou a presidente. 
 
Dilma aproveitou o discurso para voltar dizer que, graças a política do governo federal, a economia brasileira está “forte" e passa praticamente imune à crise internacional.
 
“O nosso país é um país de economia é forte. Mas todo mundo quer dar uma melhoradinha. Por isso, ao longo dos últimos anos, desde metade de 2011, tomamos uma série de medidas. Diminuímos a taxa de juros esse país, que hoje nada contra a corrente no cenário internacional. Esse país criou 15 milhões de empregos nos últimos dez anos.” 
 
Dilma ainda afirmou que vai transformar o Brasil em um “grande país de classe média.” “O Brasil tem de valorizar sua maior riqueza, que é não ser um país pequeninho, mais um país de mais de 200 milhões de pessoas. E tem de acabar com a pobreza. Temos que transformar o país num grande país de classe média”, discursou.
 
A presidente disse que o brasileiro deve se orgulhar das conquistas dos últimos anos. “O Brasil vai crescer não porque o PB cresceu, mas porque cresce para a melhoria de vida das pessoas. Para assegurar que os jovens e as crianças tenham um futuro muito melhor que o nosso. Sempre digo que o brasileiro pode olhar de igual para igual com qualquer país do mundo.”