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Irmãos Viana dizem que provas que sustentam operação da PF no Acre são falsas

Francisco Costa

Do UOL, em Rio Branco

26/05/2013 16h26Atualizada em 28/05/2013 20h33

O governador do Acre, Tião Viana (PT), e o seu irmão, Jorge Viana, vice-presidente do Senado (PT-AC), afirmaram que as provas e interceptações telefônicas da PF (Polícia Federal), que constam nas 439 páginas de representação judicial que resultou na prisão de 15 pessoas, são falsas. As declarações ocorreram durante uma plenária do Partido dos Trabalhadores em Rio Branco, com a presença de 500 militantes de todo Estado, no auditório da Secretaria Estadual de Educação, no bairro Baixada do Sol. O evento ocorreu no último sábado (25) à tarde. 

Permanecem presos na no presídio da Papudinha , na capital acriana, o secretário de Obras Wolvenar Camargo, o ex-secretário de Habitação Aurélio Cruz (ex-superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Acre), o presidente da Fieac (Federação das Indústrias do Acre) Carlos Sasai e outros seis empresários.

O diretor-presidente do Depasa (Departamento de Pavimentação e Saneamento) Gilso César, é o único do grupo preso em cela comum por não possuir diploma de ensino superior. Nenhum dos membros da equipe de governo de Tião Viana foi exonerado do cargo.

Dezesseis dias após a operação G-7 da PF, a família Viana --que administra o Acre há 14 anos--, circulou por todos os meios de comunicação da capital, fazendo defesa de seus aliados que continuam na cadeia. O único que ganhou liberdade foi Thiago Paiva, sobrinho do senador e do governador.

Paiva foi pego em interceptações telefônicas direcionando licitações superiores a R$ 2,6 milhões para empresas que faziam diagnóstico médico. Ele foi indiciado por formação de quadrilha, formação de cartel e corrupção ativa e passiva, e não pode deixar o Estado sem autorização da Justiça.

O senador Jorge Viana disse que o trabalho da PF está “sob suspeição” e colocou em xeque a ação de quase três anos de delegados, peritos e agentes federais, que levantaram provas para realizar as prisões da operação G-7.

Segundo o senador Viana, tudo não passa de uma ação dos adversários para manchar sua imagem política. O senador afirmou que o encarregado pelas perícias na PF é parente próximo do deputado federal Flaviano Melo (PMDB-AC), que seria adversário político dos Viana.

“Vocês sabem quem é um dos chefes da perícia da Polícia Federal do Acre? É parente do Flaviano Melo. Uma pessoa que já ocupou uma série de cargos. E se essa pessoa tiver fazendo uma ação dirigida? Eu só quero que investigue”, disse. Jorge Viana se referia ao perito Roberto Feres, que é casado com a prima de Melo.

O senador fez outras objeções à operação da PF: “E se alguém tiver fazendo escutas sem autorização da Justiça? É preciso fazer uma auditoria definitiva nesses equipamentos instalados aqui. É preciso ver se não estão fazendo mau uso [grampos telefônicos] para acabar com a vida de pessoas”.

Já Tião Viana, em sua primeira declaração pública após a crise no governo por conta das prisões de integrantes de sua equipe, afirmou ter elementos suficientes para dizer que as provas obtidas pela PF são falsas. "Trabalharam pela falsa prova, e falo falsa prova com muita segurança", disse.

O governador acriano desafiou seus adversários a oferecer a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico, e que estaria disposto a fazer o mesmo. O principal adversário dele respondeu. “Eu topo o desafio. Vamos quebrar o sigilo bancário e patrimonial. Quem não deve não teme”, afirmou o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). 

Outro lado

Por meio de nota, o senador Jorge Viana informou que "continua confiando que a justiça será feita pela Justiça". "A verdade prevalecerá", informou o senador, na nota.