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PT "finge" insistir em plebiscito por "carinho" a Dilma, diz líder do PSDB

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

09/07/2013 18h29

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que o PT “finge” insistir na realização de um plebiscito para reforma política até outubro deste ano por “carinho” à presidente Dilma Rousseff.

Em reunião de líderes de partido na manhã desta terça-feira (9), os partidos definiram que não há tempo hábil para uma consulta popular até um ano antes da eleição de 2014. Mesmo assim, o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que o partido iria insistir em colher assinaturas para realizar o plebiscito a toque de caixa.

“Tenho clareza que o PT não mais insiste. A base inteira aliada não quer. O PT finge que quer para não desautorizar por completo a presidente Dilma, que foi tão desautorizada nos últimos dias. Então é uma demonstração de carinho por ela, porque o partido tem a consciência de que não tem a menor condição de fazer esse plebiscito para 2014”, disse.

Câmara descarta plebiscito valendo para eleição de 2014

O líder tucano ainda afirmou que a decisão da Câmara --de criar um grupo de trabalho para apresentar uma proposta de reforma política em 90 dias-- fortalece a ideia do referendo (consulta após aprovação do Congresso), como querem os partidos de oposição.

“Se nós pudermos debater, ouvir mecanismos importantes como CNBB, MCCE, OAB, entidades da sociedade organizada, apresentaremos uma proposta que eles podem dizer sim ou não. Se for não, caiu. Diferente do plebiscito, onde o povo decide A, e nós podemos aprovar A, B, C, D e agregarmos o que quisermos”, defendeu.

Para o líder, a proposta do governo para um plebiscito vem para tentar encobrir uma suposta falta de ações para dar resposta aos pedidos das ruas por melhores serviços públicos.

“Um plebiscito é sempre bem vindo, desde que ele tenha a finalidade de sentir o que a população quer. Mas ela usa para ocultar efetivamente sua incompetência em dar respostas ao que as ruas querem. E depois da posição do TSE [de pedir 70 dias após aprovação no Congresso] não seria possível realizar”, disse. “É uma cortina de fumaça para demonstrar que não tinha reforma claras”, complementou.