Topo

Não houve falha de comunicação, diz representante de prefeitos sobre vaia a Dilma

Dilma Rousseff conversa com Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (primeiro à direita de Dilma), e representantes de entidades municipalistas - Roberto Stuckert Filho/Presidência
Dilma Rousseff conversa com Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (primeiro à direita de Dilma), e representantes de entidades municipalistas Imagem: Roberto Stuckert Filho/Presidência

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

11/07/2013 11h54

Um dia depois de ter sido vaiada por centenas de prefeitos reunidos na Marcha Nacional dos Prefeitos, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff convidou para uma audiência nesta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto, o presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, responsável pelo evento.

Ontem, a presidente anunciou uma série de medidas, incluindo o repasse de uma ajuda financeira de R$ 3 bilhões, em duas parcelas, para os municípios de todo o país. No entanto, os prefeitos a vaiaram porque esperavam que o governo federal aumentasse o repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em 2%, equivalente a R$ 6 bilhões.

Após a saída de Dilma, Ziulkoski tentou explicar o anúncio da presidente e chegou a repreender os prefeitos, ressaltando que o repasse representava metade do pleiteado, embora fosse algo fixo. "Mas parece que somos uma manada irracional", discursou Ziulkoski no evento. "Para que vaiar? O que se ganha com isso?"

 

O governo argumenta que aumentar os recursos do FPM, que tem verba vinculada, não é a melhor solução no momento por conta da conjuntura econômica.

Antes do encontro com a presidente no Palácio do Planalto, Ziulkoski disse que não considera que houve “erro de comunicação” da presidente. Após a vaia, aliados do governo atribuiram a insatisfação dos prefeitos a uma "falha de comunicação".

“Não quero dizer que houve erro de comunicação, é que os prefeitos estão muito focados na questão do FPM. Embora o que foi anunciado ali representa mais do que estávamos tentando, só que o nosso é mais permanente e aquele transitório. Faltou entendimento do plenário sobre o que foi anunciado. Não vou dizer que foi erro de comunicação, a presidente falou, mas cada um entende de uma forma.”

Prefeitos interrompem e vaiam discurso de Dilma

Ziulkoski disse que não conversou depois com os prefeitos sobre as vaias para saber se eles se arrependeram. “Não perguntei para ninguém se se arrependeram de vaiar, nem sei quem vaiou ou aplaudiu, porque houve aplausos e vaias.”

Ele reconheceu, porém, que o governo foi mais generoso neste ano. “Penso que essa marcha, em termos de coisas mais concretas para os municípios é a que teve o maior número de anúncios. (...) Às vezes, o governo anuncia planos, mas para ocorrer daqui um ano, dois, três, quatro. Realmente, muitos dos pontos anunciados são objetivos e concretos, R$ 1,5 bilhão já entra em agosto.”

Na marcha do ano passado, Dilma também foi vaiada pelos prefeitos. Na ocasião, ela discursava sobre a distribuição dos recursos dos royalties do petróleo, um dos temas polêmicos na pauta da época.

Prefeitos reclamam de verba e sentem pressão dos protestos