Nas últimas eleições, 10 ministros deixaram governo por candidatura; 6 foram eleitos

Nas últimas três eleições no país -- 2008, 2010 e 2012 --, 10 ministros deixaram as pastas que ocupavam para tentar a sorte nas urnas. Destes, seis foram eleitos, segundo levantamento feito pelo UOL.

Em ano de eleições gerais -- que incluem presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais --, como é o caso de 2014, a debandada de ministros é maior. Só em 2014, seis ministros já deixaram o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para cuidarem de suas campanhas eleitorais. Em 2010, ano das últimas eleições gerais, sete ministros trocaram seus gabinetes pela disputa nas urnas.

Nesta quinta-feira (13), a presidente concluiu a sua reforma ministerial do ano, trocando de uma vez seis ministros.

No entanto, em ano eleitoral de eleições municipais, poucos ministros trocam Brasília para concorrer a prefeituras ou cargos em câmaras municipais. Em 2012, último ano de eleições para prefeito, só dois ministros fizeram esta opção. Um deles foi Fernando Haddad (PT-SP), que saiu do Ministério da Educação para disputar a Prefeitura de São Paulo. Venceu José Serra (PSDB-SP) no segundo turno.

No mesmo ano, a então ministra Iriny Lopes (PT-ES), deixou o cargo da Secretaria de Políticas para as Mulheres para disputar a prefeitura de Vitória, mas perdeu para Luciano Rezende (PPS-ES).

Em 2008, também ano de eleições para prefeito, apenas Marta Suplicy (PT-SP), que comandava o Ministério do Turismo, abdicou da pasta para ser candidata. Ela concorreu à Prefeitura de São Paulo e perdeu para Gilberto Kassab (PSD-SP).

Dilma candidata

Já em 2010, com a eminente saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da Presidência da República, o afastamento de ministros do governo foi bem mais frequente -- a própria Dilma, hoje presidente, foi uma das que deixou seu cargo para disputar as eleições daquele ano.

A principal candidata foi Dilma Rousseff (PT-RS), que era ministra-chefe da Casa Civil desde 2005. Dilma era braço direito de Lula e sua indicada à sucessão para a manutenção de um governo petista, já que ele não poderia tentar mais um mandato. Dilma venceu José Serra (PSDB-RS) no segundo turno. Antes de assumir a Casa Civil, Dilma também havia comandado o Ministério de Minas e Energia.

Também em 2010, o então ministro da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), foi o candidato petista para o governo do Rio Grande do Sul. Venceu José Fogaça (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB), então governadora, já no primeiro turno.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) deixou o Ministério da Integração Nacional em 2010 para se candidatar ao governo da Bahia. Ele perdeu para Jaques Wagner (PT-BA), que tentava a reeleição.

Hélio Costa (PMDB-MG), que foi ministro de Comunicações de 2005 a 2010, saiu do governo Lula para concorrer ao governo de Minas Gerais, mas perdeu o mandato para Antônio Anastasia (PSDB-MG). O vice de Hélio Costa foi Patrus Ananias (PT-MG) também era ministro de Lula (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e deixou o cargo pela disputa eleitoral.

Outros três ministros de Lula deixaram seu governo para tentar uma vaga no Poder Legislativo em 2010.

Reinhold Stephanes (PSD-PR) era ministro da Agricultura desde 2007 e em 2010 saiu do governo e se candidatou à Câmara dos Deputados. Foi eleito.
Também foi eleito deputado federal o ex-ministro Édson Santos (PT-RJ). Ele comandava a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
E foi eleito para o Senado o ex-ministro José Pimentel (PT-CE). Ele esteve à frente do Ministério da Previdência Social de 2008 a 2010.

Ministros candidatos em 2014

Neste ano, cinco ministros deixaram o governo Dilma para se dedicarem às campanhas eleitorais. A legislação eleitoral determina que ministros que queiram disputar uma vaga nas eleições precisam se desincompatibilizar do cargo até o início de abril, seis meses antes da data do pleito, que neste ano será em 5 de outubro.

A ministra Gleisi Hoffmann (PT) deixou o comando da Casa Civil para disputar as eleições para o governo do Paraná. Ela foi substituída por Aloizio Mercadante e reassumiu o mandato de senadora pelo PT.

Em janeiro, o médico Alexandre Padilha (PT) deixou o Ministério da Saúde para concorrer ao governo de São Paulo. Entrou em seu lugar Arthur Chioro.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, será candidato a deputado no Rio Grande do Sul. Em seu lugar, assume Miguel Rossetto.

Em outra campanha eleitoral para governador, Fernando Pimentel (PT), que era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, deixou a pasta em fevereiro para concorrer ao governo de Minas Gerais.

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que era ministro da Pesca, deixou o cargo para ser candidato ao governo do Rio de Janeiro. Seu lugar será ocupado pelo senador Eduardo Lopes.

O titular do Turismo, Gastão Vieira (PMDB-MA), que é deputado federal licenciado, deixa a pasta para concorrer à reeleição na Câmara. O Ministério do Turismo será ocupado pelo gerente de assessoria internacional do Sebrae, Vinicius Nobre Lages