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Líder do governo diz desconhecer pressão para que Vargas renuncie

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

08/04/2014 18h58

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse na noite desta terça-feira (8) desconhecer qualquer tipo de pressão para que o deputado petista André Vargas (PR), acusado de ter relações suspeitas com um doleiro preso, renuncie.

Nos bastidores, porém, o Palácio do Planalto e a cúpula do PT estariam articulando para pressioná-lo e evitar que o episódio tenha reflexos nas eleições de outubro. O próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a cobrar, publicamente, explicações de Vargas para que o PT "não pague o pato".

Chinaglia disse não ter visto as declarações de Lula, mas ponderou que a cobrança de explicações é normal para qualquer parlamentar. “Não é uma situação ou visão nova. [Mas] Acho que o peso do Lula é muito grande e, portanto, vai ser refletido por todos. Agora, qualquer iniciativa, atitude, cabe ao próprio vice-presidente André Vargas. A ele cabe dar explicações”, afirmou.

Embora tenha ressaltado que fala pelo governo e não pela bancada petista, Chinaglia reconheceu que ninguém tem o que “comemorar” com o episódio. “Nem o André tem o que comemorar nem a bancada do PT tem o que comemorar quando um deputado da sua bancada aparece no noticiário como ele está aparecendo”, afirmou.

Chinaglia evitou opinar sobre o que Vargas deveria fazer. “Eu não vou entrar por aí. Porque eu acho que cabe a ele tomar a decisão porque, se eu disser qualquer coisa diferente, eu apareço ou defendendo ou atacando, prefiro não entrar nesse jogo.”

Vargas tem até amanhã à tarde para decidir se renuncia, que é quando o Conselho de Ética se reúne para decidir se instaura um processo contra ele. Depois de aberto o processo, não há como interromper as investigações, que têm prazo de 90 dias para serem concluídas.