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Chefe de gabinete de deputado nega ter recebido R$ 120 mil de doleiro

Deputado Luiz Argôlo, então no PP, em audiência na Câmara  - Lúcio Bernardo Jr - 30.out.2012/Agência Câmara
Deputado Luiz Argôlo, então no PP, em audiência na Câmara Imagem: Lúcio Bernardo Jr - 30.out.2012/Agência Câmara

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

05/08/2014 15h24Atualizada em 05/08/2014 15h48

Em depoimento ao Conselho de Ética, o chefe do gabinete do deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), Vanilton Bezerra, negou nesta terça-feira (5) ter recebido R$ 120 mil do doleiro Alberto Youssef e afirmou estar disposto a abrir seu sigilo bancário para comprovar isso.

“Nunca foi feito nenhum depósito”, disse Bezerra aos integrantes do conselho, que investigam a relação de Argôlo com Youssef, preso pela Polícia Federal acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro. A quantia que teria sido depositada na conta de Bezerra seria destinada ao deputado.

Questionado sobre a origem da informação, respondeu em tom de ironia: “Veio da revista ‘Veja’, que sabe mais que todo mundo”.

O chefe de gabinete negou ainda ter conhecimento da amizade entre Argôlo e Youssef. “Não faço a menor ideia porque nunca o presenciei falando nem nunca esteve no gabinete. Não sei nem se é verdade que tenha relação de amizade com Youssef.” 

Presente à oitiva, o advogado Aluísio Lundgren Correia Régis, que faz a defesa de Argôlo, disse que os “R$ 120 mil na conta dele são uma fantasia completa”. Ele acrescentou que o deputado “confia que essa fumaça densa seja dissipada” para que tudo seja esclarecido.

Ele queixou-se de não ter tido acesso aos autos do processo contra Argôlo e, por isso, não tinha questionamentos para fazer a Bezerra. “É difícil enquanto a gente não tem acesso aos autos.”

Argôlo responde a dois processos por quebra de decoro parlamentar, no qual é acusado de receber dinheiro, pedir favores, além de ter usado dinheiro público da Câmara dos Deputados para viajar e se reunir com o doleiro.

Ao final da breve sessão, o relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), avaliou o depoimento como "positivo", já que Bezerra irá entregar seus extratos bancários.