MP denuncia Perrella por nomear piloto de helicóptero como seu funcionário
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
02/10/2014 19h43
O deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual do Patrimônio de Minas Gerais) nesta terça-feira (30 de setembro) por improbidade administrativa. Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), é candidato a deputado federal nas eleições de 5 de outubro.
O deputado é acusado pelo MP de nomear o piloto Rogério Almeida Antunes, preso na operação da PF (Polícia Federal), em novembro do ano passado, que o flagrou transportado com mais três pessoas 445 quilos de base de cocaína, no Espírito Santo, para o cargo de assistente da mesa diretora da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
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De acordo com o MP, o piloto era “funcionário fantasma” na Assembléia e, assim, teria recebido ilegalmente R$ 13.114,87 de salários (incluindo benefícios), entre março e dezembro de 2013.
O piloto declarou ao MP em depoimento que “nunca tinha comparecido para trabalhar na Assembléia”. Antunes ainda explicou que foi exonerado, após a prisão, acusado de tráfico internacional de drogas.
Em caso de condenação na Justiça, o piloto poderá ser multado e obrigado a devolver o dinheiro que recebeu. Quanto ao deputado Perrela, ele pode ter seu madato cassado e perder seus direitos políticos
Em nota divulgada pelo parlamentar nesta quinta-feira (2), Perrela afirmou que “em nenhum momento” foi citado pelo MP e que em “nenhum momento foi citado” e que não tem “conhecimento da ação judicial proposta pelo MP”.
Com relação à atividade paralela de piloto, a assessoria afirmou que a função era compatível com o cargo público que exercia, tendo em vista que a sua carga horária era de 20 horas semanais, de segunda-feira a sexta-feira.
“O referido funcionário não era lotado no gabinete do deputado. Trabalhava na Mesa da Assembléia Legislativa, onde deveria prestar seus serviços. Quanto à atividade paralela de piloto, ela é compatível com a função pública, tendo em vista que sua carga horária semanal na Assembléia era de 20 horas, de segundas às sextas-feiras, e comumente prestava serviço de piloto particular nos fins de semana ou mesmo em dias úteis em horários compatíveis com a atividade pública”, diz a nota.
O informe ainda diz que o deputado “tem prestado todos os esclarecimentos solicitados ao MP quanto ao lamentável episódio envolvendo o referido piloto, que já admitiu ter agido sem o conhecimento do deputado ou da empresa proprietária da aeronave”.