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Frente Brasil Popular no RS acena com ocupações e greve geral contra Temer

Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff em vigília na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre (RS) - Eduardo Teixeira/Raw Imagens/Estadão Conteúdo
Manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff em vigília na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre (RS) Imagem: Eduardo Teixeira/Raw Imagens/Estadão Conteúdo

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL em Porto Alegre

18/04/2016 12h34

As entidades que compõem a Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul, criada em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff, anunciaram nesta segunda-feira (18) que vão intensificar as mobilizações de rua e convocar uma greve geral. Além do PT e do PC do B, integram a frente entidades como MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), Via Campesina, UNE (União Nacional dos Estudantes) e centrais sindicais como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil).

A decisão foi resultado de uma assembleia popular que se realizou nesta madrugada, após a votação do pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. Durante a votação, cerca de 20 mil manifestantes se concentraram na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre, para defender a rejeição do pedido. Não houve registros de violência.

Claudir Nespolo, presidente da CUT no Estado, informou que a Frente vai começar a organizar comitês em defesa da democracia e da manutenção dos direitos sociais e trabalhistas imediatamente. “A luta será difícil, mas vocês vão escutar falar em greve geral. Nós, da CUT, da CTB, da Via Campesina, do MST e de outras entidades, não viemos aqui para brincar”. disse.

O presidente da CTB, Guiomar Vidor, também reforçou a possibilidade greves e ocupações de fábricas. “A tentativa de golpe de estado não será aceita pela classe trabalhadora. Essa ponte para o inferno que Michel Temer e o PMDB querem impor ao povo brasileiro não será aceita e nós vamos tomar as ruas, não só com mobilizações, mas com paralisações”, disse.

O presidente do PT gaúcho, Ary Vanazzi, lamentou a derrota do governo no plenário da Câmara e advertiu que os atos contra o que chamou de golpe vão se intensificar. “Nós vivemos uma luta de classes que se agudizou nesse período. Mas o povo brasileiro entendeu o recado e daqui em diante nós não vamos mais sair das ruas. Terão que enfrentar greve geral e as demais mobilizações que vamos promover”, avisou o dirigente.

Cedenir de Oliveira, dirigente do MST e da Via Campesina no Rio Grande do Sul, destacou que a aprovação da abertura de processo contra Dilma ocorreu no mesmo dia em que o Massacre de Eldorado dos Carajás completou 20 anos. Nesse dia, 17 sem-terra foram mortos num confronto com a Polícia do Pará.

“Para aqueles que enterram seus mortos, para aqueles que todos os dias são despejados de ocupações urbanas, esta é só mais uma batalha. Nós sabemos quem são os nossos inimigos e sabemos quem são os que nos traíram. Se precisarem da foice, da enxada e do facão dos sem terra, podem contar conosco”, afirmou.

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