PSOL vai recorrer da decisão do STF de manter Moreira Franco ministro
![Moreira Franco no dia da sua posse como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência - Andressa Anholete/AFP](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/fe/2017/02/09/3fev2017---posse-de-moreira-franco-como-ministro-chefe-da-secretaria-geral-da-presidencia-1486663995418_615x300.jpg)
O partido PSOL informou nesta quarta-feira (15) que vai recorrer da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello de manter o mandato de ministro de Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
Moreira é um dos principais aliados do presidente Michel Temer e foi citado na delação premiada de um ex-executivo da Odebrecht. Ele nega irregularidades.
O PSOL e a Rede entraram com ações no Supremo pedindo a suspensão da nomeação. Os partidos alegam que o ato de Temer teve o objetivo de conferir foro privilegiado ao aliado. Como ministro, Moreira só pode ser investigado pelo STF, e não pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça.
Na terça-feira (14), Celso de Mello negou o pedido dos dois partidos e manteve Moreira no cargo. O ministro do STF argumentou que o fato de ser investigado apenas pelo Supremo não representa um obstáculo a eventuais processos contra Moreira Franco.
O PSOL informou que o recurso será apresentado ao STF até esta sexta-feira (17).
"ANGORÁ"
Moreira ocupava no governo Temer o cargo de secretário-executivo do Programa de Parceria para Investimentos e foi nomeado como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência três dias depois de a presidente do STF, Cármen Lúcia, homologar as delações dos 77 executivos da Odebrecht que fizeram acordo de colaboração premiada com a Lava Jato.
Um dos principais líderes do PMDB e amigo de Temer, Moreira é citado na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht. O novo ministro, apelidado de "Angorá" pelos executivos da empreiteira, teria pedido doações de recursos para o PMDB, segundo o relato de Melo Filho, que diz ter contribuído na expectativa de que a empreiteira fosse beneficiada por decisões do governo.
Moreira Franco nega ter cometido irregularidades.
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