PF marca para amanhã depoimento de Cunha no inquérito contra Temer
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
13/06/2017 18h03
A Polícia Federal marcou para esta quarta-feira (14), às 11h, o depoimento do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no inquérito que investiga o presidente Michel Temer (PMDB) pelos crimes de corrupção, obstrução à Justiça e organização criminosa.
A informação consta de documento enviado pela defesa de Cunha ao STF (Supremo Tribunal Federal), no qual pede o adiamento do depoimento do deputado, com o argumento de que seus advogados não tiveram ainda acesso ao inteiro teor do processo. A defesa de Cunha diz que o STF determina um mínimo de 48h entre o acesso ao material e o depoimento.
A investigação contra Temer foi aberta pelo ministro do STF Edson Fachin com base na delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS.
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Batista apresentou à Justiça o áudio de uma conversa entre ele e Temer, gravada pelo empresário sem o conhecimento do presidente durante um encontro em março, fora da agenda oficial, no Palácio do Jaburu.
A PGR (Procuradoria-Geral da República), que pediu a abertura da investigação, afirma que o diálogo mostra que Temer teria dado autorização para que Joesley comprasse o silêncio de Eduardo Cunha, para que o ex-deputado não fechasse um acordo de delação premiada.
Temer tem rejeitado essa interpretação do diálogo e diz que o áudio apresentado por Joesley é “fraudulento”.
O presidente também afirma não ter se envolvido em irregularidades e ter pressa para o desfecho da investigação, para que os fatos sejam esclarecidos.
Fachin chegou a determinar a prisão preventiva de Cunha no inquérito contra Temer. Mas o deputado já estava preso, por ordem do juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 1ª instância do Judiciário.
Cunha foi condenado a 15 anos de prisão por Moro por participação no esquema de corrupção na Petrobras.