Reunião do Conselho de Ética contra Wladimir Costa é adiada por falta de quórum
Paula Bianchi
Do UOL, em Brasília
24/10/2017 15h34Atualizada em 24/10/2017 15h39
A leitura de dois pareceres contra o deputado Wladimir Costa (SD-PA) no Conselho de Ética da Câmara, prevista para esta terça-feira (24), foi adiada por falta de quórum. Costa chegou ao conselho gritando “chegou o réu, chegou o réu”, e gracejou que sairia algemado da sala, mas esperou sozinho por cerca de uma hora até que a decisão fosse oficializada, o que ocorreu por volta de 15h30.
Em agosto, o PSB entrou com uma representação contra o deputado no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar, após suposto assédio contra uma jornalista. A ação foi encampada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Em setembro, o PT fez outra representação contra o deputado questionando uma montagem que ele teria divulgado com uma imagem da filha de deputada Maria do Rosário (PT-RS).
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Pouco antes da votação da primeira denúncia contra Temer, Costa ganhou destaque ao declarar que iria votar a favor do presidente e exibir uma tatuagem com o nome dele no ombro.
Em um jantar com o presidente, a jornalista Basília Rodrigues, da rádio CBN, questionou o deputado sobre o desenho, já que haviam suspeitas de que a tatuagem era temporária. Na frente de outros repórteres e deputados, Costa respondeu: "Pra você, só se for o corpo inteiro". Ela refez os questionamentos e ouviu: “Eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor".
A jornalista relatou o caso nas redes sociais, dizendo que, na ocasião, vários deputados pediram desculpas a ela e ficaram constrangidos com a resposta de Costa. Após a repercussão do caso, o deputado paraense fez ataques contra Basília no Facebook e disse que jamais poderia ser acusado de assédio, pois "basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, despertaria algum tipo de desejo em alguém".
Na peça, o PSB afirma que Costa "cometeu ataques morais e de flagrante desrespeito" e defende que o que classifica como "atitude vexaminosa e reprovável” expôs a Câmara dos Deputados, contribuindo para a deterioração da imagem institucional da Casa perante a sociedade.
O partido pede que seja aplicada uma punição cabível, na “exata extensão das condutas praticadas pelo deputado".
Já o PT questiona o deputado pela publicação de uma imagem em um grupo de WhatsApp de deputados em que compara Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e a filha de Rosário (PT-RS). A montagem mostraria a jovem vestindo trajes íntimos com a afirmação: “É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais”.
Costa defende que o líder do PSB, Júlio Delgado, tem "problemas pessoais" contra ele, e diz que conversou com a jornalista em tom de brincadeira.
Costa diz que a denuncia é inócua, o que pode ser provado pelo não comparecimento a sessão, e que jamais compartilhou montagens referentes à filha de Maria do Rosário.