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Marcelo Odebrecht deixa prisão em Curitiba após dois anos e meio

Marcelo Odebrecht é hostilizado ao deixar carceragem da PF

UOL Notícias

Giselle Hishida

Colaboração para o UOL, em Curitiba

19/12/2017 09h57Atualizada em 19/12/2017 16h56

De tornozeleira eletrônica e escoltado por uma equipe de segurança em carros particulares escoltados pela Polícia Federal, o empreiteiro Marcelo Odebrecht deixou o prédio da Justiça Federal no Paraná por volta de 12h40 desta terça-feira (19). O ex-presidente da Odebrecht estava preso havia dois anos e meio, desde junho de 2015.

Odebrecht segue nesta tarde para São Paulo, onde cumprirá em uma casa de 3.000 metros quadrados, no bairro do Morumbi, o resto de sua pena de dez anos de reclusão. Na manhã desta terça ele deixou a cela de 12 metros quadrados na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e viajará em um jatinho particular para a capital paulista. 

Marcelo deverá pagar R$ 149 por mês pela manutenção da tornozeleira. Em casa, ele poderá receber a visita de até 15 pessoas. Segundo Nabor Bulhões, advogado de Marcelo, os 15 nomes que poderão visitá-lo podem ser alterados a qualquer momento e quantas vezes for necessário, desde que aprovados pela Justiça. "Faz parte do acordo de colaboração", diz Bulhões. 

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Marcelo Odebrecht chega ao aeroporto Bacacheri, em Curitiba, para embarcar para SP Imagem: Eduardo Anizelli - 19.dez.2017/Folhapress

Quando o carro da Polícia Federal chegou com o empresário à Justiça Federal, uma mulher não identificada acompanhada de outra pessoa gritou “Sem vergonha, vagabundo, ladrão”.

Segundo o UOL apurou, uma equipe de cerca de dez seguranças particulares acompanhou o empresário após ele deixar a PF.

Até o momento, o empresário foi condenado em dois dos seis processos em que é réu na Operação Lava Jato: o primeiro em março de 2016, e o outro em junho deste ano. Somadas, as penas chegam a 28 anos e meio de reclusão.

As penas, porém, foram reduzidas para dez anos de reclusão após Marcelo fazer acordo de delação premiada. Ela será cumprida em quatro etapas:

  1. A primeira, de dois anos e seis meses em regime fechado, se encerra nesta terça-feira;
  2. Agora, o empresário ficará em casa por mais dois anos e meio e usará tornozeleira eletrônica. O acordo de delação contempla que ele poderá sair de casa em duas ocasiões específicas. Uma delas, a formatura da filha, em 2018. Ele também poderá deixar a mansão em casos de necessidades médicas com o acompanhamento da Polícia Federal. Em casa, ele também poderá receber parentes até quarto grau, advogados, médicos e mais quinze pessoas definidas em uma lista;
  3. Depois serão mais dois anos e meio em regime semiaberto diferenciado, no qual terá de estar em casa todas as noites, finais de semana e feriados;
  4. No último período, Marcelo já poderá trabalhar, mas terá de estar em casa nos finais de semana e feriados;

Ele não poderá assumir cargos executivos na Odebrecht até 2025, quando encerrarão as dívidas com a justiça. Marcelo ainda terá de pagar multa de R$ 73,3 milhões.

Em nota, a Odebrecht disse que "manifesta solidariedade com Marcelo, esposa e filhas por seu retorno ao convívio familiar'. "Marcelo conta com o reconhecimento da empresa por enfrentar as adversidades atuais com coragem e espírito de colaboração", afirma o texto.

O advogado de Marcelo definiu a decisão de fazer a delação como existencial. "Marcelo a partir do momento em que resolveu - como opção existencial - colaborar, se preocupou basicamente com duas coisas: primeiro, com a progressão de regime, voltar ao convívio familiar. E, ao depois, tornar efetiva a sua colaboração".

Outros processos

Além das duas ações em que já foi condenado, no começo de 2018, Marcelo deve conhecer as sentenças de um terceiro processo envolvendo o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e também a da ação penal em que é réu ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que envolve os recibos de aluguel de um apartamento vizinho ao do petista.

Odebrecht ainda é réu em mais dois processos conduzidos por Moro. Um deles envolve o sítio em Atibaia (SP), que o MPF alega ser uma vantagem indevida ao ex-presidente Lula.

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