Prefeito de Florianópolis é preso suspeito de organização criminosa
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido), foi preso na manhã de hoje suspeito de participar de uma organização criminosa que violaria o sigilo de operações policiais em Santa Catarina, além de supostamente participar de um esquema para bloquear investigações de órgãos públicos. À noite, o político foi solto. Loureiro era filiado ao MDB até maio deste ano, quando anunciou sua desfiliação.
Ele foi detido pela Polícia Federal na operação Chabu, que cumpre mais seis mandados de prisão temporária e 23 mandados de busca e apreensão. As solicitações judiciais foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em Porto Alegre (RS).
O prefeito precisou entregar seu passaporte e ficará preso temporariamente por cinco dias e está proibido de qualquer contato com os outros investigados. Apesar de ser solto, ele está afastado da prefeitura de Florianópolis por 30 dias por decisão do TRF-4.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Loureiro afirmou que a decisão de soltá-lo partiu do delegado responsável pela operação, que entendeu não haver indícios para manter o prefeito preso.
Procurado pelo UOL, a assessoria da prefeitura disse que Loureiro não tem ligação com os atos investigados na operação, que ele concordou em prestar as informações necessárias e que está aguardando para depor na Polícia Federal. A reportagem tenta contato com a defesa dos outros investigados.
Além do prefeito, também foi preso o delegado da PF Fernando Caieron e o ex-secretário da Casa Civil Luciano Veloso Lima, que atuou na gestão Pinho Moreira (MDB), que governou Santa Catarina no ano passado, substituindo Raimundo Colombo que se candidatou ao Senado. Os outros presos são:
- José Augusto Alves, empresário do ramo de tecnologia
- Marcelo Rubens Paiva Winter, que desde 2002 integra o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e atua na área de crimes de alta tecnologia
- Luciano da Cunha Teixeira, que atua com interceptação legal para provedores de serviços de comunicação no Brasil e no Chile
- Hélio Sant'Anna e Silva Júnior, delegado federal aposentado, que já exerceu o cargo de corregedor regional da Superintendência da PF em Santa Catarina.
A acusação
O nome dado à operação significa dar problema, falha no sistema. O termo era empregado por alguns investigados para avisar sobre a existência de futuras operações policiais.
De acordo com a PF, a organização criminosa composta por políticos, empresários e policiais da PF e da Polícia Rodoviária Federal lotados em serviços de inteligência, buscava atrapalhar investigações policiais. Os possíveis suspeitos pagavam propinas em troca de vazamento sistemático de informações. Os valores do suborno não foram divulgados.
As provas da investigação, segundo a PF, apontam prática de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência e corrupção ativa.
O caso está em segredo de justiça e a relatoria é do desembargador federal Leandro Paulsen, o mesmo que atua nas operações Lava Jato e Moeda Verde.
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