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Questionado sobre reconduzir Dodge, Bolsonaro diz que "tudo é possível"

Bolsonaro em cerimônia de hasteamento da bandeira nacional no Palácio do Planalto - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Bolsonaro em cerimônia de hasteamento da bandeira nacional no Palácio do Planalto Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

18/06/2019 10h11Atualizada em 18/06/2019 10h44

No dia em que procuradores da República votam para formar a lista tríplice da PGR (Procuradoria-Geral da República), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje que "tudo é possível" na escolha do sucessor de Raquel Dodge à frente da instituição.

A declaração foi dada ao ser questionado se ela seria reconduzida. Bolsonaro garantiu, porém, que seguirá a Constituição.

"Todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição", disse.

Indagado especificamente se o novo procurador-geral sairá dos nomes apresentados na lista tríplice, afirmou não saber, porque ainda não foi divulgada.

A Constituição diz que o presidente da República deve nomear o procurador-geral "dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução".

Ou seja: o presidente não é obrigado a indicar um nome da lista tríplice escolhida pelos procuradores, mas isso é o que tem sido adotado desde 2003 e está previsto em lei para a escolha dos chefes dos outros MPs.

Dodge foi indicada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em junho de 2018 após este ignorar o mais votado da lista. Ela havia ficado em segundo lugar.

Dez candidatos disputam a eleição, que acontece entre as 10h e as 18h30 de hoje --o resultado deve sair à noite.

Dodge não está entre eles, ou seja, não estará na lista, mas já se colocou à disposição de Bolsonaro para mais um mandato de dois anos. Sua atitude gerou críticas dos procuradores que participam da disputa.

O mandato de Dodge acaba em setembro deste ano. O procurador-geral militar, Jaime de Cássio Miranda, tem defendido mudanças no formato da escolha do procurador-geral da República, mas Bolsonaro já negou em outubro do ano passado que escolheria alguém do Ministério Público Militar.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.