Hérnia de Bolsonaro é comum e pode causar dor, mas cirurgia é simples
Eduardo Militão
Do UOL, em Brasília
01/09/2019 14h22
A cirurgia que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve fazer no próximo dia 8 é causada por um problema comum, segundo médicos ouvidos pelo UOL. Além disso, o tratamento é relativamente simples.
O pesselista vai ser operado para tratar uma hérnia que surgiu depois das três operações pelas quais passou desde 6 de setembro do ano passado, quando foi esfaqueado na barriga durante a campanha eleitoral.
O cirurgião Glauco Japiassu afirma que a hérnia pode acontecer mesmo em operações bem-sucedidas. "É um problema de cicatrização, não é culpa do médico, necessariamente", contou ele à reportagem.
Pedindo para permanecer sob anonimato, uma médica concordou com Japiassu. Acrescentou que operações feitas em emergência, como foi o caso da facada, e a quantidade de procedimentos pelos quais Bolsonaro passou favorecem o aparecimento desse problema.
De acordo com ela, a hérnia nada mais é do que um "buraquinho" que aparece por falta de cicatrização.
Japiassu explica que o procedimento para tratar a hérnia é abrir novamente o local da cirurgia e reforçar os pontos.
O objetivo é estancar eventual dor percebida pelo paciente e também evitar que, futuramente, uma alça do intestino acabe sendo presa ali. "A cirurgia é só um reforço da parede abdominal", contou o médico.
Segundo ele, em tese, o próximo procedimento é mais simples mesmo com os dez dias de repouso previstos. Além disso, normalmente nem sequer é preciso chegar às camadas mais profundas e abrir a cavidade do abdome do paciente. "As cirurgias complicadas, ele já fez", avaliou Japiassu.