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Em culto, Edir Macedo diz a Bolsonaro que sabe o que é levar pancada

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

01/09/2019 11h44Atualizada em 01/09/2019 17h16

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ouviu hoje do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que sabe, como o pesselista, o que é ser alvo de críticas da mídia.

"A mídia toda é contra ele, e eu sei o que é isto porque vivenciamos o Inferno da mídia, das pancadarias dela porque é a imprensa marrom [termo pejorativo usado para se referir ao sensacionalismo]. Mas eu estou aqui", disse Macedo, sorrindo na frase final, para ser aplaudido em seguida pelos fiéis que lotavam o Templo de Salomão, no Brás, região central de São Paulo. Retomando a palavra, o religioso afirmou que Bolsonaro "vai arrebentar".

"Se ele [Bolsonaro] for fracassado, nós seremos fracassados como temos sido fracassados por conta dos desmandos, desleixos e injustiças que tivemos nesse país até aqui", disse logo após chamar o presidente ao altar.

Macedo conduziu, então, uma oração. Bolsonaro ficou de joelhos, enquanto o líder da Universal mantinha as mãos sobre a sua cabeça. "[Que] ele tenha sabedoria, inteligência, tenha coragem, ânimo, saúde, força, vigor para fazer deste país um novo Brasil. Essa é a nossa fé. Nós o consagramos. O povo todo é testemunha de 'um antes e um depois' a partir de agora".

A oração, disse o líder da Universal, era para o presidente "transformar o país".

O bispo declarou que o que foi feito hoje com Bolsonaro não foi possível fazer com "determinado candidato" que foi eleito presidente anteriormente, em uma possível referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro ficou no altar por menos de dez minutos e não falou aos fiéis da Universal nem na saída do local. Ele chegou e saiu do suntuoso templo sob forte esquema de segurança. O local já tem, normalmente, um controle rígido, o que impede que fiéis e visitantes entrem com celulares, máquinas fotográficas e câmeras.

Na chegada a São Paulo, ainda no aeroporto, fez exames com sua equipe médica da época das cirurgias na região do abdome. Ele terá de se submeter a uma nova cirurgia, por conta de uma hérnia surgida no local da operação. A cirurgia será realizada no dia 8 no hospital Vila Nova Star, na capital paulista.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Bolsonaro esteve no altar, e não no palco ou púlpito, como informado inicialmente.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.