Deputadas ocupam cadeiras da presidência da Alesp como protesto
Marcelo Oliveira
Do UOL, em São Paulo
05/12/2019 20h09Atualizada em 05/12/2019 22h13
Um grupo formado por cinco deputadas de oposição ocupou agora há pouco as cadeiras da mesa diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo.
A iniciativa de Beth Sahão (PT), Monica Seixas (Psol), Professora Bebel (PT), Marcia Lia (PT) e Isa Penna (Psol) é em protesto devido ao fechamento da Assembleia Legislativa por temor de que a casa seja invadida por servidores estaduais, revoltados com a votação da Previdência Estadual.
O novo projeto da previdência estadual aumenta de 11% para 14% o desconto no salário dos servidores. O protesto, segundo a oposição ao governo Doria, é para que o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris, receba os servidores.
A discussão da PEC da reforma da Previdência do estado de São Paulo vem criando conflitos, e ontem terminou em confusão enquanto o deputado Arthur do Val, mais conhecido como 'Mamãe Falei' (sem partido), discursava na tribuna da Assembleia Legislativa.
Após Val chamar petistas e líderes sindicais de "vagabundos", em vários momentos, deputados da bancada do PT e do PSOL subiram à tribuna. Houve trocas de socos e confusão generalizada.
PEC da Previdência
A proposta de reforma da previdência de Doria foi enviada ao Legislativo no último dia 12. A principal mudança na aposentadoria segue os moldes das regras adotadas pelo governo Jair Bolsonaro, instituindo idade mínima nas aposentadorias, de 65 anos, para homens, e de 62 anos, para mulheres. O tempo mínimo de contribuição será de 25 anos. Hoje, a regra para os servidores paulistas é de 30 anos de contribuição com idade mínima de contribuição de 55 e 60 anos para mulheres e homens, respectivamente.
A expectativa do governo paulista é de uma economia de R$ 32 bilhões aos cofres públicos na próxima década. A afirmação foi feita em coletiva de divulgação do projeto.
Doria defende que os méritos da reforma da Previdência realizada pelo governo federal. "Fui o primeiro governador a declarar meu apoio, sem pedir contrapartida, sem nada", afirmou, enquanto elogiava a atuação do Congresso para aprovar a medida. "Foi graças ao trabalho do Rodrigo Maia, do Davi Alcolumbre, dos líderes partidários que tivemos essa aprovação."
Outro lado
Segundo a assessoria do deputado Cauê Macris a Assembleia Legislativa foi fechada apenas temporariamente, por questão técnica, de segurança.
"As deputadas ocuparam porque queriam protestar contra a reforma da Previdência e jamais por conta de fechamento da Alesp", disse a assessoria do presidente da Assembleia.
Segundo a equipe de Macris, o coronel da PM responsável pela segurança da Alesp alegou que foi necessário fechar temporariamente o acesso a Assembleia, mas depois do protesto das deputadas pois os espaços internos tiveram a capacidade ultrapassada. Segundo o deputado, a questão foi técnica, de segurança.
A reportagem do UOL viu um grupo de jovens barrados do lado de fora da Alesp antes do início da audiência sobre o caso Paraisópolis. A audiência começaria às 19h e começou às 20h15 porque vários jovens ficaram retidos do lado de fora da Alesp e só entraram após 19h30, após intervenção de deputadas.