Políticos e ministros reprovam adesão de Bolsonaro a ato antidemocrático
Eduardo Militão e Hanrrikson Andrade
Do UOL, em Brasília
19/04/2020 19h54Atualizada em 19/04/2020 20h26
Resumo da notícia
- Bolsonaro foi a ato que pediu intervenção militar e AI-5
- No local, presidente disse: "Não queremos negociar nada"
- Ex-presidentes e outros políticos repudiam ato de Bolsonaro
- Ministros do STF também criticam presidente
Políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal reprovaram a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um ato em frente ao quartel general do Exército, quando seus militantes pediram intervenção militar, AI-5 e fechamento do Congresso Nacional e da corte.
No início da tarde deste domingo, o presidente disse: "Não queremos negociar nada" . Apesar de dizer que é preciso "manter a nossa democracia" e a "nossa liberdade", Bolsonaro discursou após militantes gritarem contra as instituições e os políticos que hoje as comandam.
Houve palavras de ordem como "AI-5", "Fecha o Congresso, o STF" e "Fora, Maia", referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em plena pandemia de coronavírus, mais de 2 mil militantes - segundo um cálculo informal feito por um membro da equipe do presidente - estavam aglomerados no local.
Maia ironizou. "Ele joga pedras e o Parlamento vai jogar flores", respondeu o presidente da Câmara. Mas reclamou que a luta contra a covid-19 é maior no Brasil. "Temos de lutar contra o coronavírus e o vírus do autoritarismo".
Hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse ser "lamentável que o presidente adira a manifestações antidemocráticas". "O momento é de união ao redor da Constituição contra toda ameaça à democracia. Ideal que deve unir civis e militares; ricos e pobres. Juntos pela liberdade e pelo Brasil", afirmou o ex-presidente em rede social.