Cúpula do Ministério da Justiça pede demissão após saída de Sergio Moro
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em Brasília
25/04/2020 16h03
A cúpula do Ministério da Justiça e Segurança Pública assim como o ex-ministro Sergio Moro, vai entregar os cargos. Os postos são de confiança e os funcionários devem se desligar de vez da pasta após ajudar na transição com o futuro ministro.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou ontem a exoneração de Moro e ainda não nomeou seu substituto. Aliados do presidente apontam o ministro Jorge Oliveira (Secretaria Geral) como um dos principais cotados.
Segundo a assessoria da pasta, devem sair do ministério o secretário-executivo, Luiz Pontel; o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Fabiano Bordignon; o secretário nacional de Justiça Vladimir Passos; o secretário nacional de políticas sobre drogas, Luiz Roberto Beggiora; o secretário de operações integradas, Rosalvo Ferreira Franco e o secretário nacional do consumidor, Luciano Timm.
Bolsonaro avalia novo nome para o ministério
Na manhã de hoje, aliados de Bolsonaro estiveram no Palácio da Alvorada. A reunião aconteceu fora da agenda oficial. Segundo o vice-líder do governo na Câmara, Otoni de Paula (PSC-RJ), o nome do novo titular da Justiça pode ser divulgado hoje.
Bolsonaro e Moro protagonizaram trocas de acusações e ataques nesta sexta-feira (24). O embate veio a público após o presidente demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado por Moro.
O ex-juiz da Lava Jato disse que Bolsonaro tenta intervir politicamente na corporação para ter acesso a relatórios de investigação e inteligência. O presidente negou a afirmação de Moro.
Embate nas redes
Na manhã deste sábado, Moro e Bolsonaro voltaram a trocar recados. O presidente postou uma imagem abraçado com Moro durante o desfile de 7 de Setembro do ano passado e disse que quando o ex-juiz da Lava Jato era alvo de críticas pela "Vaza Jato", ele estava a seu lado.
Em outra postagem, Moro respondeu que "sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão: também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado".