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Teich recusa convite para conselheiro no ministério e alega "coerência"

15.mai.2020 - O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, durante pronunciamento sobre seu pedido de demissão - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
15.mai.2020 - O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, durante pronunciamento sobre seu pedido de demissão Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

23/05/2020 11h37

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirmou na manhã de hoje ter recusado um convite do ministro interino, o general Eduardo Pazuello, para ser conselheiro do Ministério. Ele agradeceu o convite, mas afirmou que, se aceitasse, não seria coerente.

"Agradeço ao ministro interino Eduardo Pazuello pelo convite para ser Conselheiro do Ministério da Saúde, mas não seria coerente ter deixado o cargo de Ministro da Saúde na semana passada e aceitar a posição de Conselheiro na semana seguinte", afirmou Teich em sua conta pessoal no Twitter.

O ex-ministro disse, também, que, quando assumiu a titularidade do Ministério da Saúde, o objetivo era levar "um modelo de gestão mais técnica, que aumentasse a eficiência do sistema e melhorasse o nível de saúde da sociedade. Ser mais técnico não significa apenas uma condução médica mais técnica. Isso seria tratar o problema de forma simplista".

Ainda segundo Teich, "uma condução técnica do sistema de saúde significa uma gestão onde estratégia, planejamento, metas e ações são baseadas em informações amplas e precisas, acompanhadas continuadamente através de indicadores".

Ele afirmou ainda que deseja ao ministro Pazuello sucesso na condução e que está "à disposição para que a transição aconteça da melhor forma possível".

Teich deixou o ministério em 15 de maio, menos de um mês após ele substituir Luiz Henrique Mandetta na pasta. Como Mandetta, Teich defendeu publicamente posições contrárias às do presidente.

Além de afirmar que o distanciamento social deveria ser uma medida de combate à pandemia do novo coronavírus e que o uso da cloroquina no tratamento contra a covid-19 deve ser feito com restrições, já que a substância pode desencadear efeitos colaterais.

O presidente, por sua vez, é um dos principais defensores da medicação e defende o relaxamento do isolamento social.