Vice-líder do governo no Senado defende vagas ao centrão, mas faz ressalva
Do UOL, em São Paulo*
04/06/2020 10h51Atualizada em 04/06/2020 11h14
O vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF), disse ser favorável à entrega de vagas do governo federal ao centrão como forma de garantir uma base no Congresso Nacional. Porém, ele faz uma ressalva. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador explicou que é preciso que se leve em conta o histórico de cada indicado aos cargos.
"Se o presidente diz que quer uma pessoa técnica, se entre dois técnicos, um foi oposição e outro ajudou o governo, óbvio que tem que optar por quem ajudou. No Congresso Nacional, para aprovar reformas, tem que ter uma base. Se você consegue entregar cargos sem prejudicar o serviço nem passar a mão na cabeça de quem cometer desvio, ótimo", disse.
No último mês, o governo federal tem negociado cargos de segundo e terceiro escalões diretamente com o centrão, grupo de partidos que inclui, entre outros, PP, PL, PSD, Republicanos. O bloco é conhecido por trocar apoio por cargos e por ter estado em todos os governos desde Fernando Henrique Cardoso.
Pelo menos 10 cargos já foram entregues ao grupo, entre eles a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Departamento de Obras contra a Seca (Dnocs), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Banco do Nordeste.
São trocas feitas com o aval de Bolsonaro para tentar ampliar o apoio, hoje mínimo, do governo no Congresso, especialmente com o risco de mais de três dezenas de pedidos de impeachment hoje na gaveta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente tem sido cobrado por alguns apoiadores, mas evita falar do assunto.
Ontem, Bolsonaro defendeu sua posição. "Admite um cara na ponta de não sei aonde, o cara é filiado não sei ao quê. O pessoal me critica. Eu sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados em todo Brasil. Entrou um cara no Banco do Nordeste agora. Trocou a Suframa. Saiu um coronel e entrou um cara. O general que está na Suframa não é do centrão", disse.
*Com informações da agência Reuters