Cirurgia para retirar cálculo na bexiga é a 5ª de Bolsonaro em dois anos
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será operado nesta sexta-feira (25), em São Paulo, para retirar um cálculo da bexiga. Em um período de dois anos, é a quinta vez que o político se submete a uma cirurgia para evitar complicações na saúde —as quatro anteriores ocorreram por causa da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG). Além disso, ele passou por uma vasectomia em janeiro.
O procedimento para eliminar a pedra localizada no aparelho urinário é considerado simples, com duração prevista de 60 minutos a uma hora e meia, e o governante poderá —caso não ocorram imprevistos— voltar a trabalhar já na semana que vem.
"Em geral, esse tipo de cirurgia é feito por meio de fragmentação e trituração da pedra com o uso de tecnologia de laser. Quanto menor o artefato, mais rápido é o procedimento. Podemos dizer que é uma cirurgia bem corriqueira dentro da especialidade da urologia", disse o médico Alfredo Canalini, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia.
Bolsonaro será operado no Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo. Ele chegou ao local por volta das 7h. Procurada, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) disse que não informaria os detalhes da cirurgia.
Ao UOL o urologista Canalini explicou que a cirurgia é considerada "minimamente invasiva". "Houve um avanço muito grande nos equipamentos. Eles permitem que qualquer endoscopia seja realizada sem qualquer tipo de corte no paciente. Hoje é possível retirar cálculos do aparelho urinário com muita segurança e eficiência, de forma que o paciente se sinta totalmente confortável", disse.
O perfil desse tipo de intervenção cirúrgica também permite que a recuperação seja rápida, com a liberação do paciente para retomada das atividades após dois dias. Foi por esse motivo que a equipe médica do presidente agendou a internação para uma sexta-feira —dessa forma, ele poderá descansar no fim de semana e retornar ao expediente em Brasília no começo da semana que vem.
"O pós-operatório é rápido e, considerando a personalidade dele, eu diria que ele voltaria a trabalhar em minutos. Ele é um paciente meio indócil e vai querer desobedecer o médico", brincou Canalini. "Sem incisão ou corte, a pessoa vai para casa no dia seguinte e só precisa se recuperar da anestesia."
'Maior que um grão de feijão'
Bolsonaro revelou que passaria por cirurgia para retirada de cálculo na bexiga em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, em 1º de setembro. Na ocasião, ele afirmou que a pedra era "maior que um grão de feijão" e que estava com o problema pelo menos desde 2015.
"Esse cálculo aqui é de estimação. Eu tenho há mais de cinco anos, está na bexiga. É maior que um grão de feijão. Resolvi tirar porque deve estar aí ferindo internamente a bexiga", disse. Na véspera dessa declaração, o presidente havia sido atendido pelo serviço médico do Palácio do Planalto.
Nesta quinta-feira (24), Bolsonaro cumpriu agenda no estado do Rio de Janeiro: primeiro em Resende, onde acompanhou uma formatura militar; e depois na capital fluminense, para acompanhar a conclusão de obras na superintendência da PRF (Polícia Rodoviária Federal). No segundo compromisso, o presidente disse não ser o Jesus do Flamengo (ex-técnico do Flamengo), mas o Messias do Executivo.
Desde 2018, Bolsonaro passou por quatro cirurgias após ser atacado a faca por Adélio Bispo, em Juiz de Fora (MG). A primeira foi feita ainda na Santa Casa da cidade em 6 de setembro daquele ano. Depois, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde foi operado em 12 de setembro, em razão de complicação causada pela aderência das paredes do intestino — no mesmo hospital, foi tirada a bolsa de colostomia (28 de janeiro de 2019). A última cirurgia ocorreu há um ano para a retirada de uma hérnia.
Acompanhamento
A médica Lilian Pires, presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, afirmou ao UOL que, após a cirurgia de retirada de cálculo, há necessidade de acompanhamento clínico por parte do paciente. O objetivo é investigar as circunstâncias da formação de pedras no aparelho urinário e evitar que o problema volte a ocorrer.
Segundo ela, como há indicação cirúrgica preventiva, é provável que o cálculo alojado na bexiga do presidente seja maior do que cinco milímetros.
O tamanho maior cria um risco para o paciente, pois se o cálculo pode se deslocar e acabar obstruindo o ureter (tubo urinário que tem como principal função transportar a urina dos rins para a bexiga).
"Qualquer pedrinha maior do que cinco milímetros que desça pelo rim e passa pelo ureter pode acabar obstruindo. É aí que aparece a cólica renal, que leva muitos pacientes para o pronto-socorro com uma dor muito forte e demanda a cirurgia de emergência para retirada do cálculo".
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