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Dino diz que processará Bolsonaro após piada homofóbica e ataque ao PCdoB

Do UOL, em São Paulo

29/10/2020 16h04Atualizada em 30/10/2020 00h10

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que vai processar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que fez hoje sua primeira viagem oficial ao estado. Não ficou claro o motivo, mas Dino citou a "piada" homofóbica feita pelo presidente com maranhenses e ainda o acusou de usar dinheiro público para fazer propaganda política e atacar seu partido.

"Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o Guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado", escreveu Dino nas redes sociais.

O governador explicou ao UOL que processará Bolsonaro por prática de improbidade administrativa, alegando que o presidente utilizou recursos públicos para atender interesses particulares de cunho político e eleitoral.

Mais cedo, Dino já havia divulgado um vídeo criticando "visitantes mal-educados", mas não citou o nome de Bolsonaro.

O Brasil está precisando de energia patriótica. Vamos todos, hoje à noite, comemorar essas conquistas tomando Guaraná Jesus, o guaraná do povo do Maranhão. É uma coisa boa, a gente serve aqui para os visitantes. Até aos visitantes mal-educados a gente serve.
Flávio Dino, governador do Maranhão

Mencionado por Dino, o Guaraná Jesus, bebida típica do estado, foi alvo de cometário do presidente durante evento no início da tarde. "Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso?", disse o presidente, entre risos, observando a coloração rosa da bebida. "Guaraná cor-de-rosa do Maranhão, aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense", acrescentou.

Na resposta em vídeo, Dino faz um trocadilho religioso com o nome da bebida.

Até quem é mal-educado e não tem Jesus no coração a gente serve também"
Flávio Dino, governador do Maranhão

Bolsonaro realizou visita técnica às atividades de restauração do trecho da BR-135. Ele viajou acompanhado de vários ministros, entre eles Fábio Faria, titular da pasta de Comunicações, Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.

A agenda, no entanto, não incluiu nenhum encontro com Dino. Antes da viagem, o presidente já havia criticado publicamente o governador, afirmando ser preciso "tirar o PCdoB" do Maranhão.

'Regime ditatorial', disse Bolsonaro

Hoje, já durante sua visita, Bolsonaro disse que o estado vive um "regime ditatorial", mas sem apresentar qualquer argumento concreto que fundamentasse as suas declarações. Nenhum ente da federação tem hoje um modelo político antidemocrático.

Procurado pelo UOL, o governador Flávio Dino classificou a fala do presidente de "mentirosa e desrespeitosa". "A maior prova de que não é um regime ditatorial é que ele teve plena liberdade de vir ao Maranhão, passear e falar suas habituais bobagens e grosserias."

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