Marcos Pereira sai de bloco de Maia, que defende não ter ficado para trás
O deputado federal Marcos Pereira (Republicanos), pré-candidato à Presidência da Câmara, saiu do bloco em formação pelo atual mandatário da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ainda assim, este nega que seu grupo esteja ficando para trás na corrida pela sucessão, cuja eleição está prevista para fevereiro de 2021.
Maia articula um bloco para enfrentar o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), nome favorito do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), à disputa. Lira oficializou a candidatura ontem ao lado do PL, PSD, Avante, Solidariedade, Patriota, Pros e PSC, além do próprio PP.
O grupo de Maia ainda não oficializou seu candidato, mas entre os cotados estão Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP) e Elmar Nascimento (DEM-BA). O bloco conta atualmente com MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV, que somam 106 deputados.
Maia disse que os partidos ainda precisam fechar um consenso sobre o nome escolhido. A expectativa é que o anúncio seja feito nos próximos dias. Diante de uma falta de definição, Marcos Pereira cogita se lançar como uma terceira via.
"Todos estão no bloco, menos o Marcos Pereira. Respeito a decisão dele. Gostaria que ele estivesse no bloco e que fosse uma das alternativas nossas, até porque mostrou nesse período uma capacidade de articulação muito maior do que imaginava. Agora, eu não poderia garantir a ele que ele, dentro do bloco, já seria o escolhido. Isso seria um desrespeito aos outros pré-candidatos", disse Maia hoje.
Rodrigo Maia disse não ter uma preferência pessoal e disse trabalhar por quem mantém o bloco de pé para uma Câmara livre de interferências dos outros Poderes. Ele disse acreditar que os deputados buscam um candidato de perfil de diálogo, menos truculento e que seja "mais de ouvir do que de falar".
Questionado se seu bloco estava perdendo o tempo para lançar uma candidatura forte, Maia disse que "sair em primeiro não significa nada". Em seguida, citou o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), que largou em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto nas últimas três eleições para a Prefeitura de São Paulo e depois derrete, sem nem chegar ao segundo turno.
"O que significa é a construção de um projeto político que fique de pé", declarou.
Rodrigo Maia disse estar conversando ainda com partidos de esquerda e com deputados individualmente. Falou ainda esperar que o governo federal não esteja interferindo na sucessão da Câmara por meio da promessa de liberação de emendas parlamentares a deputados em troca de apoio a Arthur Lira, "embora os rumores não sejam pequenos".
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