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Bolsonaro convida seguidores para Parler, rede social suspensa por Google

18.dez.2020 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante cerimônia de formatura de soldados da PM, no Rio de Janeiro - Alexandre Neto/Photopress/Estadão Conteúdo
18.dez.2020 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante cerimônia de formatura de soldados da PM, no Rio de Janeiro Imagem: Alexandre Neto/Photopress/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

09/01/2021 12h40

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convidou seus seguidores do Instagram a entrarem no Parler, uma rede social que foi suspensa ontem das plataformas Google. O aplicativo é utilizado por grupos de direita e conservadores que apoiam o presidente americano Donald Trump. A rede social facilita a circulação de fake news.

Em postagem na manhã deste sábado (9), a conta de Bolsonaro no Instagram convidou os apoiadores a se inscreverem no Parler. O aplicativo foi suspenso da Google Play até que resolva os problemas que violam as suas políticas, "incluindo permitir aos usuários postar ameaças a autoridades eleitas e planos para organizar a marcha de quarta-feira que terminou com invasão ao Capitólio", informou o Google, em nota.

A Apple ameaçou retirar o aplicativo de sua loja virtual caso o aplicativo não altere suas políticas de moderação.

Desde o ano passado o presidente e seus filhos têm contas no Parler. O aplicativo é semelhante ao Twitter, mas com menos regulamentação de políticas de uso. Há menos moderação sobre conteúdos considerados ofensivos e sem checagem de fatos.

Neste sábado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) escreveu em seu Facebook que o presidente Trump fará "um grande anúncio. Ele estuda também a possibilidade de criar sua própria plataforma de rede social".

Trump incentivou o ato de invasão ao Congresso americano nesta semana e foi banido do Twitter. O Facebook e Instagram também removeram o presidente por ele acusar, sem provas, que as eleições foram fraudadas. Ele foi derrotado por Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro.

Para driblar a punição, usou a conta presidencial —denominada @POTUS— para escrever aos seguidores sobre uma plataforma alternativa. Porém, as mensagens foram imediatamente deletadas pela própria plataforma.

Wajngarten faz críticas

O chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), Fabio Wajngarten, se manifestou em sua conta de Twitter sobre o banimento a Trump, dizendo ser "paradoxal e inaceitável".

Já o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, avisou que irá abrir conta no Parler. Antes, no Twitter, ele falou em "liberdade de expressão", reproduzindo trechos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.