Zambelli nega ter defendido uso de ivermectina, e Randolfe rebate
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), confrontou uma publicação feita pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que havia negado ter feito propaganda da ivermectina — medicamento sem eficácia para combater a covid-19, mas que teve uso incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores.
Mais cedo, a parlamentar havia dito que Randolfe "mentia de novo" ao dizer que ela propagandeou fabricantes da medicação. Na versão da deputada, ela tinha apenas compartilhado um comentário sobre o assunto nas redes sociais.
O Randolfe Rodrigues mente de novo. Não fiz "propaganda" de fabricante nenhum, apenas um comentário nas redes sobre a diferença de tratamento que a mídia deu a notas opostas de dois fabricantes do mesmo remédio. Como tudo o que ele diz é propaganda, deve achar que os outros são assim
Carla Zambelli
Na sequência, o senador rebateu de forma irônica o tuíte, questionando se a preocupação de Zambelli, à época, era o alcance de uma nota da farmacêutica Vitamedic, que produzia a ivermectina.
"Você defendia os interesses deles?", questionou o parlamentar. Na sequência, o senador tem investigado as ações e omissões do governo federal no combate à pandemia da covid-19 recuperou uma publicação feita por Zambelli sobre o assunto e disse que serviria para "refrescar a memória".
O confronto entre os parlamentares acontece no mesmo dia em que o diretor da Vitamedic, Jailton Batista, depôs ao colegiado da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Jailton confirmou que a Vitamedic pagou um total de R$ 717 mil em uma campanha que apoiava o "tratamento precoce" por meio de medicamentos sem eficácia comprovada, como a própria ivermectina e a cloroquina.
Diretor nega venda de ivermectina ao governo federal
Batista disse em depoimento à CPI da Covid que não vendeu comprimidos de ivermectina diretamente ao governo federal.
No entanto, ele narrou que o estado do Mato Grosso adquiriu 350 mil unidades da medicação, utilizada no "kit covid", de uso incentivado pelo Ministério da Saúde e por Bolsonaro.
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