CPI perde mais que o Luciano Hang com palhaçada em depoimento, diz Josias
O colunista do UOL Josias de Souza afirmou que a CPI da Covid tem mais a perder do que a ganhar com as cenas de "palhaçadas" no depoimento do empresário Luciano Hang, notório apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e acusado de integrar o chamado "gabinete paralelo" da presidência da República durante a gestão do governo na pandemia de coronavírus e de disseminar fake news.
No UOL News, Josias repercutiu o tumulto inicial durante a abertura da sessão de hoje da Comissão, quando o relator Renan Calheiros (MDB-AL) utilizou o termo "bobo da corte" em sua fala, fato que incomodou o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que acusou o político alagoano de "ofender" o depoente.
"Nesse tipo de espetáculo, a CPI tem muito mais a perder do que o dono da Havan. Se os resíduos psíquicos fossem concretos, não haveria esgoto que bastasse para resumir o que está se passando aqui", declarou o colunista.
Segundo Josias de Souza, Renan se referiu a Hang como "bobo da corte" em resposta ao vídeo publicado mais cedo pelo empresário nas redes sociais, no qual ele chama o parlamentar do MDB de "ladrão". Para ele, Hang divulgou a gravação de forma "estratégica" para alfinetar Renan que, por sua vez, respondeu também de forma "sibilina".
"O Luciano Hang ofendeu o Renan Calheiros estrategicamente nas redes sociais antes de chegar à CPI. Então ele não chamou o Renan de 'ladrão' na CPI, e o Renan obviamente viu o vídeo, então está respondendo de uma forma também sibilina, fazendo referência ao bobo da corte que se aproxima do rei para ganhar dinheiro. É o que ele está dizendo e, obviamente, se refere a Hang", analisou.
Luciano Hang nega integrar 'gabinete paralelo'
O empresário Luciano Hang negou que seja membro do "gabinete paralelo", grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro, que atuaria aconselhando o presidente nas tomadas de decisões durante a pandemia de coronavírus, inclusive com aconselhamento de utilização de medicamentos sem comprovação científica nos chamados "tratamento precoce" e "kit covid".
"Não conheço, não fiz e não faço parte de nenhum gabinete paralelo" e "não financiei nenhum esquema de fake news", afirmou, ressaltando também não ser um "negacionista" da doença.
"Eu não sou e nunca fui contra a vacina, tanto que disponibilizei todos os nossos estacionamentos das nossas megalojas espalhadas pelo Brasil como pontos de vacinação. Além disso, juntamente com outros empresários fizemos campanha para que a iniciativa privada pudesse comprar para doar e ajudar o País a acelerar o processo de imunização. Fomos apoiados por quase meio milhão de brasileiros em um abaixo-assinado nessa causa", declarou.
Na CPI, Hang também vai esclarecer dúvidas referentes ao caso da Prevent Senior, acusada de cometer uma série de irregularidades durante o ano de 2020, no auge da crise sanitária, como a ocultação de morte e tentar produzir um estudo clandestino para supostamente criar argumentos em favor dos medicamentos do kit covid, como a cloroquina, por exemplo.
A rede ainda é investigada por ter fraudado a certidão de óbito da mãe do empresário, Regina Modesti Hang, que teria morrido de covid. Ela morreu aos 82 anos em fevereiro deste ano, mas o prontuário dizia que a morte foi em decorrência de uma pneumonia bacteriana. O empresário nega ter havido fraude e elogiou a Prevent Senior.
"Tenho total confiança nos procedimentos adotados pelo Prevent Senior e que tudo que era possível foi feito. Deixei claro a causa do falecimento de minha mãe em várias manifestações públicas e nas redes sociais, nunca foi segredo", disse.
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