Deputado do PL diz que estado de SP é maior entrave à filiação de Bolsonaro
O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) declarou que o estado de São Paulo pode ser um problema para o crescimento do partido em Brasília e, consequentemente, postergar ainda mais a ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a sigla de Valdemar Costa Neto. A filiação de Bolsonaro ao PL chegou a ser marcada para a data de hoje, mas foi cancelada.
"O Estado de São Paulo é talvez seja o maior problema, devido ao seu maior colégio eleitoral e devido ao PL ainda fazer parte do governo e caminhava para uma candidatura natural do atual vice, o Rodrigo Garcia. Com a vinda do presidente Bolsonaro, isso tem que ser revisto. O presidente tem toda razão, ele precisa de alguém que dê o palanque para ele, que trabalhe divulgando o nome dele", declarou à rádio Jovem Pan. Ontem, o PSDB anunciou a candidatura de Garcia ao governo do estado de São Paulo.
Capitão Augusto explicou que, pelos cálculos do PL, a sigla deve conseguir ao menos 60 parlamentares na Câmara dos Deputados com a entrada do presidente na legenda. É provável que apoiadores de Bolsonaro façam a mudança de sigla após a decisão do presidente.
"É uma estimativa bastante realista. Não é uma previsão otimista, é o que consideramos que é possível atingir. Isso fará do Partido Liberal o maior do Brasil, porque dificilmente qualquer outro partido vai conseguir eleger mais de 60 deputados federais", comentou.
Segundo o deputado, em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro tem algumas exigências para se filiar ao partido, entre elas, que os políticos eleitos na sigla façam campanha eleitoral para ele. O chefe do Executivo deve se candidatar à reeleição em 2022.
O que ele [Bolsonaro] quer é um palanque, em cada estado, de algum candidato das majoritárias, seja governador ou senador, fazendo campanha para ele como presidente. Isso que está sendo ajustado agora.
Deputado federal Capitão Augusto em entrevista à rádio Jovem Pan
Para o parlamentar, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, é um bom nome para concorrer ao governo do estado de São Paulo, no entanto, a chance maior é que ele concorra ao Senado Federal.
"O trabalho dele [Tarcísio Gomes de Freitas] como ministro é tão bom que ele pode se dar ao luxo de escolher estado que queira sair candidato, que será o favorito. Torço muito para que ele venha como candidato a governador em São Paulo."
Debandada no partido
Na opinião do deputado, a chegada de Bolsonaro no partido não provocará a saída em massa de políticos da sigla.
Em entrevista ao colunista do UOL Chico Alves, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que aguarda o fim das tratativas de Bolsonaro com o PL para decidir se saíra do partido.
"Debandada não. Obviamente que não é possível agradar a todos. O próprio Marcelo Ramos acredito que não vai sair do partido. O partido que possibilitou ele ser eleito deputado federal e já assumir um cargo importante da Câmara, como vice-presidente. O máximo que ele pode fazer, no material de campanha dele, é não querer divulgar a candidatura do presidente Bolsonaro."
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