Orçamento secreto: 'Demonizar emendas de relator é retrocesso', diz Lira
Do UOL, em São Paulo
23/11/2021 13h19Atualizada em 23/11/2021 14h46
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou hoje o fato de as emendas de relator terem sido apelidadas de "orçamento secreto". Ele afirmou que a modalidade para repasse de recursos está sendo "demonizada", o que, na visão do deputado, pode causar um retrocesso.
"É muito ruim quando a gente trata as coisas por apelidos. O orçamento não é secreto, isso é uma inverdade que machuca a execução de um orçamento que cuida de mudar sempre a vida das pessoas que mais precisam", disse Lira em entrevista à GloboNews no início da tarde.
O presidente da Câmara explicou que se as emendas de relator acabarem, o valor que hoje é destinado a isso voltará para o Executivo: "Aí eu quero ver como você vai controlar a quem o Executivo vai dar, quando vai dar, quanto vai dar e para onde vai."
Segundo Lira, seria mais difícil dar transparência ao dinheiro que hoje é usado pelo relator-geral, porque ele ficaria diluído nos orçamentos dos ministérios. "Eu não acho que essa seja a solução que a transparência da decisão da ministra Rosa Weber está solicitando", afirmou.
Diferente de Lira, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), escolhido relator do projeto de resolução que visa a estabelecer novas regras das emendas, disse ontem que deve propor limites à modalidade associada ao orçamento secreto.
O presidente da Câmara, contudo, afirmou desconhecer projetos nesse sentido e manteve a defesa da emendas de relator.