Câmara aprova convites para ministro explicar medidas de combate à fome

Duas comissões da Câmara dos Deputados aprovaram hoje convites para que o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, vá à Casa falar sobre programas de combate à pobreza e fome no país. A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços querem explicações sobre o Auxílio Brasil e o Alimenta Brasil.

Ainda não há definição de datas, mas de acordo com o site da Câmara dos Deputados, parlamentares que apoiam o governo Bolsonaro disseram que o ministro comparecerá.

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O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que propôs o convite para que Ronaldo Bento seja ouvido pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, aponta como problema a fila de espera no Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família.

"Apesar da situação de pobreza ou de extrema pobreza, 764 mil famílias ainda não estão dentro do programa de transferência de renda por falta de dinheiro", disse Valente ao site da Câmara.

Na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, o ministro vai prestar esclarecimentos sobre cortes no programa Alimenta Brasil e o convite foi proposto por Perpétua Almeida, parlamentar do PCdoB-AC.

Governo "praticamente zerou" orçamento do programa Alimenta Brasil

Como revelado pelo UOL na última segunda-feira (6), o orçamento do Alimenta Brasil, até o mês de maio, só atingiu a marca de R$ 89 mil em recursos. No ano passado, o programa recebeu R$ 58,9 milhões e foi apresentado à Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU como "importante estratégia para o combate à fome e à desnutrição". O programa é voltado para a compra da produção agrícola de famílias e doação de comida para pessoas em situação de insegurança alimentar.

Hoje, o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e os deputados Tabata Amaral (PSB-SP) e Felipe Rigoni (União-ES) pediram para que o TCU abrisse uma investigação sobre a queda no orçamento do programa.

Pesquisa Vigisan divulgada hoje mostra que o número de pessoas em insegurança alimentar no Brasil quase duplicou em menos de dois anos. De acordo com o levantamento, 33,1 milhões de brasileiros se encontraram nessa situação. Em 2020, eram 19 milhões de pessoas.