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Bolsonaristas atacam agentes da PRF em frente a loja da Havan em SC; veja

Do UOL, em São Paulo

07/11/2022 17h24Atualizada em 07/11/2022 21h27

Bolsonaristas usaram barras de ferro para agredir agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) hoje à tarde em frente a uma loja da Havan em Rio do Sul (SC), a 190 quilômetros da capital catarinense, Florianópolis.

O ataque, registrado em vídeos obtidos pelo UOL Notícias, ocorreu quando os agentes tentavam identificar os envolvidos em um ato após a liberação de bloqueio na BR-470.

Ao menos dois policiais se feriram com lesões leves na cabeça e braços, segundo a PRF. Ainda de acordo com a corporação, um suspeito de envolvimento na ação foi preso.

Segundo PRF, os manifestantes estavam acampados no local desde 30 de outubro, quando ocorreu o segundo turno da eleição presidencial, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL). Todas as tentativas de negociação fracassaram e a rodovia foi bloqueada às 10h com troncos de madeira, pedaços de concreto e pneus. As negociações continuaram e todas as propostas foram recusadas.

Por volta das 15h30, ainda de acordo com a nota, a PM (Polícia Militar) apoiou os agentes da PRF, que conseguiram liberar o fluxo no local. Quando a pista foi liberada, os policiais tentavam identificar pessoas, que desobedeceram ordem judicial de não bloquear a rodovia, quando foram desacatados e agredidos por manifestantes. A rodovia foi liberada as 17h30.

Foi o segundo ataque a policiais rodoviários federais hoje. Pela manhã, agentes foram recebidos a tiros por manifestantes em um trecho da BR-163 em Novo Progresso, no sul do Pará.

Neste caso, ao menos um agente da PRF ficou ferido. Uma criança chegou a passar mal e precisou ser socorrida.

Nas imagens no Pará, é possível ouvir um manifestante comemorando que "o povo expulsou a polícia". "Agora é guerra", diz um deles.

O que mostra o vídeo em Santa Catarina? É possível identificar mais de dez policiais rodoviários federais, atacados com barras de ferro e cadeiras. Inicialmente, eles tentam reagir, mas logo são obrigados a recuar, já que mais de 50 manifestantes aparecem partindo para cima dos agentes nas imagens.

Muitos deles usavam a camisa da seleção brasileira e estavam enrolados em bandeiras do Brasil. O episódio ocorreu por volta das 15h30, logo após a liberação da via, que estava bloqueada havia mais de cinco horas.

havan - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Bolsonaristas agridem agentes da PRF em manifestação em frente a uma loja da Havan em Rio do Sul (SC)
Imagem: Arquivo pessoal

Os agentes tentavam identificar os envolvidos na ação, que descumpriram ordem judicial. No local, havia faixas com mensagens de teor antidemocrático, com apoio a uma intervenção militar no país.

O episódio aconteceu perto de uma unidade da Havan, rede de lojas pertencente ao empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Vai morrer gente." Em meio à gravação, feita dentro do estabelecimento, uma pessoa comenta: "Vai morrer gente", ao presenciar as agressões. Em outras imagens, feitas pelos próprios bolsonaristas, uma mulher grita: "vergonha! A gente não está fazendo nada." Enquanto se afastavam, os agentes usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

Após o recuo, os agentes contaram com o reforço da tropa de choque da Polícia Militar de Santa Catarina.

Quem é o homem preso? Segundo a PRF, o suspeito preso é um homem de 37 anos que aparece nas imagens atacando um dos agentes com uma barra de ferro.

Por que rodovias têm sofrido interdições? Rodovias federais e estaduais têm sido fechadas pelo Brasil desde a noite do último dia 30 de outubro, data do segundo turno da eleição. Manifestantes não têm aceitado o resultado das urnas.

Durante a semana, mais de 300 trechos de estrada chegaram a ser paralisados. De acordo com a atualização mais recente da PRF, publicada às 15h37, ainda há 15 interdições —fechamentos parciais— de pistas e 4 bloqueios —fluxo totalmente interrompido.

Filhos de Bolsonaro apoiam atos antidemocráticos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do atual presidente, têm feito uso das redes sociais para defender atos antidemocráticos, que contestam a derrota de Jair Bolsonaro para o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).