No STF, Randolfe defende solução para orçamento secreto via Congresso
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou hoje (10), ao deixar o STF (Supremo Tribunal Federal), que a solução do chamado "orçamento secreto" deve vir de diálogo com o Congresso, evitando uma decisão judicial sobre o tema.
Interlocutor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o tribunal, o parlamentar se reuniu com a ministra Cármen Lúcia nesta tarde no intervalo da sessão.
Randolfe estava acompanhado do procurador da Fazenda Jorge Rodrigo Messias, o "Bessias". O tema do encontro não foi divulgado.
"A gente tem que colocar as coisas no seu devido lugar. O lugar da política é resolver com a política. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral cumpriram um papel histórico nos últimos quatro anos, eu mesmo fui um dos que recorreram, mas isso é anômalo", afirmou.
"Agora queremos restabelecer as coisas para a normalidade. Deixar a Suprema Corte com o mínimo do serviço necessário e dar à política o lugar da política", acrescentou.
O "orçamento secreto" se tornou a principal moeda de troca entre o Congresso e o Executivo durante o governo Jair Bolsonaro. As emendas de relator são questionadas no STF, que tem a expectativa de julgar a legalidade dos repasses ainda neste ano.
Desde que venceu as eleições, Lula iniciou diálogo com o Congresso para reformular as emendas. Segundo Randolfe, o petista vai "dialogar ao máximo" com o Legislativo, apontando que há um "desnível" na forma como as emendas do relator estão sendo usadas.
"Uma coisa é ser emenda de relator de R$ 500 milhões, R$ 1 bilhão. Outra coisa é ser o que foi ao longo dos três anos, R$ 60 bilhões", afirmou. "Mas isso se resolve dialogando e o governo vai exercer ao máximo a capacidade de diálogo, sobretudo com o Congresso".
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