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Com ida aos EUA, custo de Bolsonaro em 2023 é o maior entre ex-presidentes

Luiz Fernando Toledo

Colaboração para o UOL

29/05/2023 04h00Atualizada em 29/05/2023 14h08

As despesas de Jair Bolsonaro (PL) com segurança e equipe são as mais altas entre os ex-presidentes da República neste ano. Segundo os dados mais recentes da Secretaria-Geral da Presidência da República, de janeiro a março deste ano Bolsonaro e sua equipe custaram R$ 902,6 mil aos cofres públicos.

Ex-presidentes têm direito por lei, após o fim do mandato, a seis servidores para segurança, apoio pessoal e assessoramento, bem como a dois veículos oficiais com motoristas. Desde 2021 os dados desses gastos são disponibilizados em um site de dados abertos do governo federal.

O custo de Bolsonaro está relacionado principalmente à viagem do ex-presidente e equipe ao exterior — ele foi para os EUA no dia 30 de dezembro e voltou em 30 de março. Só em diárias houve pagamento de R$ 638,2 mil; mais R$ 92,9 mil em passagens, e R$ 8,8 mil em seguros. O restante (R$ 162,6 mil) foi utilizado para o pagamento dos cargos comissionados que o acompanham. Os dados foram analisados pelo UOL e pela Agência Fiquem Sabendo.

Conforme revelou o UOL na semana passada, assessores de Bolsonaro que foram alvos da Polícia Federal no suposto esquema de fraude em carteiras de vacinação aumentaram seus ganhos com essas diárias. Ao todo, quatro assessores investigados receberam quase R$ 400 mil, mais do que o dobro do que ganharam com essa verba extra durante o mandato.

O valor recebido pela equipe do ex-presidente Bolsonaro corresponde à quase soma das despesas de todos os outros ex-presidentes (R$ 1,1 milhão) no mesmo período.

Recorde desde 2021

O valor também representa um recorde para o período, se considerados os dados de janeiro a março dos dois anos anteriores — os únicos disponíveis no portal de dados da Presidência até o momento.

Relatórios de viagens dos assessores de Bolsonaro obtidos pelo UOL e pela Fiquem Sabendo não detalham como esses recursos das diárias foram gastos ou quais atividades específicas foram exercidas pelo ex-presidente.

Os documentos falam apenas que, do dia 1º até 30 de janeiro de 2023, as atividades da equipe de apoio destinaram-se a prover a segurança, apoio e assessoria do ex-presidente por ocasião de "atividade privada".

Documento viagem Bolsonaro EUA -  -

Também não foram encontradas notas fiscais com detalhamento das despesas no Portal da Transparência.

O UOL procurou o ex-secretário de comunicação do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten, um dos advogados do ex-presidente, que disse que os custos estão relacionados à viagem de Bolsonaro aos EUA e afirmou que os gastos estão dentro da lei.

Lula e Dilma lideraram em gastos em 2021 e 2022

Se considerado o ano todo de 2022, os ex-presidentes custaram R$ 7,6 milhões aos cofres públicos. O então ex-presidente Lula (PT) teve as despesas mais altas de segurança e apoio, com R$ 1,8 milhão, seguido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com R$ 1,6 milhão.