Topo

Moraes repete dez vezes 'mentira' em voto de 47 minutos contra Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

30/06/2023 15h55

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, repetiu dez vezes "mentira" em voto de 47 minutos hoje à tarde para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. O placar do julgamento na Corte eleitoral foi de 5 a 2. Candidato a vice nas eleições de 2022 na mesma chapa, o general Braga Netto foi absolvido.

Como foi o voto

O ministro repetiu que Bolsonaro partiu para a divulgação de mentiras e notícias fraudulentas. Moraes então citou a declaração dada pelo então presidente em julho de 2022 contra as urnas eletrônicas, citando a falsa informação dada por Bolsonaro de que um hacker havia confessado ter invadido o sistema do TSE no segundo turno das eleições de 2018.

"Mentira! Todos sabemos primeiro que as urnas são offline", disse Alexandre de Moraes durante o seu voto. O ministro continuou citando as declarações dadas por Bolsonaro, que afirmou que hackers ficaram por oito meses nos computadores do TSE, com acesso a códigos e senhas.

Mentira! Assim como é mentira quando diz que o código-fonte não foi divulgado. O código-fonte ficou um ano para todos os partidos políticos, todas as organizações (...). Outra mentira! Um encadeamento de mentiras, de notícias fraudulentas."

O ministro disse ainda que Bolsonaro acusou o TSE de conspirar contra a sua eleição. O então presidente, segundo Moraes, atribuiu falsamente as informações à Polícia Federal e ao próprio TSE, dizendo que o sistema de votos no Brasil não seria auditável.

O que disse Moraes

Uma série de informações mentirosas, notícias fraudulentas. Mas qual seria o objetivo? (...). Uma produção cinematográfica com a TV Brasil, com vídeos das reuniões para as redes sociais bombardearem os eleitores com essa desinformação no sentido de angariar mais votos com esse discurso mentiroso e radical."

Um presidente da República que ataca a lisura de um sistema eleitoral que o elege há 40 anos? Isso não é exercício de liberdade de expressão. Isso é conduta vedada (...) com dinheiro público, é abuso de poder. E, ao preparar tudo isso para bombardear os eleitores nas redes sociais."

A construção de fatos falsos forjados para conferir estímulos artificiais de endosso a opiniões pessoais é comportamento que já não se insere no legítimo direito à opinião, descambando para a manipulação desinformativa em grave comprometimento da liberdade de informação."

Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Não é ataque à democracia e à independência do Poder Judiciário (...), constituindo abuso de poder político por desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação."