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Cid fica em silêncio na CPI de 8/1; veja as perguntas a que não respondeu

Do UOL, em São Paulo e em Brasília*

11/07/2023 13h00Atualizada em 11/07/2023 16h43

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), decidiu ficar em silêncio durante a sessão da CPMI do 8 de Janeiro, que apura as circunstâncias dos atos golpistas, e não respondeu a uma série de questionamentos dos parlamentares.

O que aconteceu

Cid disse que sua nomeação para ajudância de ordens não teve ingerência política e citou as investigações contra ele no STF para se reservar ao silêncio. O direito foi autorizado pela ministra Cármen Lúcia, do STF — ele pode se calar em relação a perguntas que possam incriminá-lo, mas é obrigado a dizer a verdade quanto aos demais questionamentos.

Por todo o exposto e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por essa CPMI, considerando a minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base na ordem no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio"
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

O tenente-coronel foi fardado à CPI e chegou escoltado pela Polícia do Exército, já que a custódia está a cargo dos militares — ele está preso desde 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra a covid-19. Em nota, o Exército diz que orientou o militar a usar a farda em seu depoimento na comissão.

Veja abaixo algumas das perguntas feitas pelos parlamentares a Mauro Cid — e não respondidas por ele.

Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI:

  • Se ele confessava ter solicitado a inserção de dados falsos sobre vacinação da covid-19 no sistema ConecteSUS, do Ministério da Saúde;
  • Se ele confirmava que parte de sua família usou cartão de vacinação falsificado para viajar aos EUA;
  • Se ele não sentia culpa em ter havido adesão a movimentos extremistas;
  • Se Bolsonaro não tinha conhecimento sobre os supostos certificados falsos de vacinação;
  • Se Bolsonaro tinha a intenção de usar o cartão de vacinação para viagens a outros países após deixar a Presidência;
  • Se Cid conhecia a Sipal (empresa que, segundo Eliziane, recebeu empréstimo do BNDES para comprar caminhões e enviou os veículos ao acampamento golpista em frente ao QG do Exército em Brasília);
  • Por que ele usava dinheiro em espécie para pagamentos feitos a familiares de Bolsonaro;
  • Se ele havia recebido R$ 400 mil em transferência ou dinheiro em espécie em março do ano passado;
  • Se ele trouxe dos Estados Unidos a quantia de US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie encontrada pela PF durante cumprimento do mandado de busca e apreensão;
  • Por que Bolsonaro não confiava no Alto Comando do Exército;
  • Se ele se sente abandonado por Bolsonaro.

Deputado Rafael Brito (MDB-AL)

  • Por que Cid queriam o afastamento dos ministros do Supremo e do TSE;
  • Quem seria nomeado como interventor para suposta tomada de poder;
  • Por que o coronel Jean Lawand Júnior e outros militares tinham ele "como um influenciador direto e conselheiro privilegiado de Bolsonaro";

Deputada Erika Hilton (PSOL-SP)

  • Se Cid recebia ordens apenas de Bolsonaro ou de outras pessoas;
  • Se conhecia ou fazia parte do chamado "gabinete do ódio";
  • Se ele fazia compras com o cartão corporativo da Presidência;

Deputado Duarte Júnior (PSB-MA)

  • Qual o preceito da ética militar;

Senador Rogério Carvalho (PT-SE)

  • Se ele sabe quem matou a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ);

Deputada Jandira Feghali (PcdoB-RJ)

  • Qual a idade de Cid;
  • Se ele conhece os militares Albemar Rodrigues e Marcio Nunes de Resende, com quem conversava pelo WhatsApp;
  • Se ele trabalhava com o sargento Luis Marcos dos Reis, que esteve nos atos de 8 de janeiro;
  • Se Cid repassou a Bolsonaro as mensgens que recebeu de outros militares, pedindo providências contra o resultado das eleições;
  • Se Cid é adepto da ideia de que as Forças Armadas devem atuar como poder moderador

Deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ)

  • Se Cid, como ajudante de ordens, participava de reuniões em que se tomavam decisões de governo
  • Se Cid tinha algum poder de decisão na gestão de Bolsonaro;
  • Qual foi a última missão de Bolsonaro a Cid;

Deputada Laura Carneiro (PSD-RJ)

  • Se Cid, como ajudante de ordens, dava aconselhamentos a seu "chefe maior", ou seja, Bolsonaro;
  • Se Cid foi sócio de algum de seus familiares;
  • O que o ex-militar Ailton Barros quis dizer ao pedir a Cid, por mensagem, que pressionasse o general Freire Gomes para "que faa o que tem que fazer";
  • Se Cid lembra das mensagens de Ailton Barros;
  • Se Cid gostaria de falar algo sobre o inquérito a que responde por corrupção de menores, por ter falsificado o certificado de vacina das filhas;
  • Se Cid, ao frequentar os acampamentos golpistas, imaginou que aquilo poderia resultar em depredações a prédios públicos, como ocorreu;
  • Se o plano dele e de outros envolvidos era anular o resultado das eleições;

*Texto em atualização

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