Exército diz que orientou Cid a usar farda em depoimento à CPI do 8/1

O Exército divulgou uma nota dizendo que orientou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), a comparecer fardado à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga a invasão às sedes dos Três Poderes.

O que aconteceu:

O Exército informou ter orientado Cid a usar farda em seu depoimento por entender que ele foi convocado "para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força". A nota foi divulgada pouco depois do início do depoimento dele. Militar da ativa, Cid foi nomeado pelo Exército para ser chefe da ajudância de ordens no governo Bolsonaro.

Integrantes da cúpula do Exército disseram ao UOL que não se trata de apoio da Força ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, foi AJO do ex-presidente Fernando Henrique e costuma defender a função e destacar a importância da figura militar ao lado dos presidentes.

Integrantes do Alto Comando diferenciaram a situação de Cid da do coronel do Exército Jean Lawand Junior, que prestou depoimento à CPI e usou trajes civis.

A convocação de Cid está sendo vista como algo que trata de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força, ou seja, quando foi cedido para a presidência para ser AJO. Já no caso de Lawand, as investigações tratam de uma atividade pessoal, que "não se relaciona com sua missão militar".

Além de responder por atos enquanto cumpria função de AJO, Cid está preso e cumpre medida cautelar em estabelecimento militar, ou seja, ele fica uniformizado na prisão e "se apresenta uniformizado, porque é assim que se apresentaria em juízo".

Segundo a Comunicação do Exército, a orientação é que todos os militares que forem chamados na CPI por desempenharem alguma atividade militar também irão uniformizados.

Cid vestiu o mesmo modelo de farda que usava quando trabalhava com o ex-presidente. Preso desde 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacina contra a covid-19, ele chegou ao Congresso sob escolta da Polícia do Exército, já que sua custódia está a cargo dos militares, e foi transportado em um carro descaracterizado.

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O militar se reservou ao direito de permanecer em silêncio no depoimento. Ele falou por cerca de 8 minutos sobre sua trajetória nas Forças Armadas e sobre as investigações no STF das quais é alvo. A ministra Cármen Lúcia garantiu a Cid o direito de não produzir provas contra si mesmo e de ser assistido por um advogado, mas ele é obrigado a dizer a verdade quanto aos demais questionamentos durante a sessão da CPMI.

Acompanhe ao vivo a sessão da CPMI com Mauro Cid:

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