CPI do 8/1: Cid chega fardado e sob escolta da Polícia do Exército

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid decidiu ir fardado para depor na CPI que investiga a invasão das sedes dos Três Poderes.

O que aconteceu:

A vestimenta dele era opcional. A escolha relembra a ligação do Exército Brasileiro com o governo Bolsonaro — Cid vestiu o mesmo modelo de farda que usava quando trabalhava com o então presidente na ajudância de ordens.

O desgaste é maior porque o tenente-coronel saiu da cadeia para ser ouvido por parlamentares. Preso desde 3 de maio, Cid chegou ao Congresso Nacional sob escolta da Polícia do Exército, já que a custódia está a cargo dos militares, e foi transportado em um carro descaracterizado.

O Exército informou que Cid foi orientado pelo comando da Força a comparecer fardado à comissão. Em nota, a instituição disse que a decisão ocorreu "pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força", ou seja, por sua atuação como ajudante de ordens do então presidente.

Cid declarou que irá usar do direito de permanecer calado durante a sessão. Numa breve fala antes de silenciar, ele falou sobre sua trajetória nas Forças Armadas. O direito ao silêncio foi concedido pela ministra do STF Cármen Lúcia, que também permitiu que o ex-ajudante de ordens fosse assistido pelo advogado durante todo o tempo do depoimento.

Deputado e senadores da situação afirmavam que desejam fazer perguntas para saber se Cid agia por conta própria ou atuava sob ordens superiores. A intenção é associar o ajudante de ordens ao ex-presidente.

Atraso no depoimento

Previsto para começar às 9h, Cid só começou a falar às 10h44. Antes, os parlamentares analisaram requerimentos e debateram sobre as quebras de sigilo.

Os deputados e senadores presentes aprovaram a quebra de sigilo de aliados do ex-presidente, como o próprio Mauro Cid, o ex-diretor geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, e o coronel Jean Lawand.

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Na lista de votação da CPMI havia ainda uma série de requerimentos de convocações. No entanto, houve um acordo para que a apreciação ocorra após o depoimento de Cid.

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