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Suspeito de atacar família de Moraes admite 'entrevero', mas nega empurrão

Fabíola Perez, Stella Borges e Samantha Silva

Do UOL, em São Paulo e colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

18/07/2023 10h28Atualizada em 18/07/2023 14h32

O empresário Roberto Mantovani, suspeito de hostilizar o ministro do STF Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, na Itália, admitiu que houve um "entrevero", mas negou ter empurrado o filho do ministro. Mantovani, a esposa Andreia Munarão e o filho deles, que teria tentado impedir as agressões, prestam depoimento hoje à Polícia Federal em Piracicaba (SP).

O que aconteceu

O empresário afirmou à PF que não empurrou o rapaz — apenas o afastou para defender a esposa, segundo a defesa do casal. O advogado Ralph Tórtima insistiu que Andreia foi vítima de ofensas por parte de um jovem, mas não reconheceu o rapaz como filho de Moraes.

O advogado alega que o empresário e sua família não sabiam que se tratava do filho de Moraes até desembarcarem no Brasil e serem abordados pela Polícia Federal. No domingo, o genro de Mantovani, Alex Zanatta Bignotto, também foi ouvido pela PF.

O depoimento do empresário teve cerca de duas horas de duração. Conforme o advogado, Mantovani disse à PF que "jamais proferiu qualquer ofensa direcionada ao ministro" e que o contato inicial com Moraes foi "visual" e que, "em um segundo momento", teria ocorrido o "contato pessoal", quando o magistrado sai de uma sala vip para tirar o filho da área externa onde ocorria o desentendimento.

O casal nega motivação política. Andreia ainda prestará depoimento à PF, mas o advogado adiantou que ela deverá esclarecer se a razão do desentendimento foi a presença de Moraes numa sala vip na qual a família dela foi impedida de entrar porque não tinha feito reserva.

O filho do casal, Giovani, também foi chamado para prestar esclarecimentos. Em representação enviada à PF, Moraes afirmou que o rapaz tentou impedir as agressões.

A versão dada por Roberto Mantovani e pelo advogado é diferente das informações das autoridades. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou em participação no UOL Entrevista hoje que autoridades da Itália confirmaram ao governo brasileiro que a família de Moraes foi agredida no aeroporto.

Ele nega ter havido um empurrão, ele diz que em razão de ofensas que eram proferidas a sua esposa, ele afastou essa pessoa. Ele sequer sabia quem era, mas era uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas a sua mulher. Posteriormente, teria sido dito a ele que se tratava do filho do ministro Alexandre de Moraes.
Ralph Tórtima, advogado dos suspeitos de agredir a família de Moraes

O que Moraes disse à Polícia Federal

Moraes afirmou ter sido hostilizado por três brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma. O episódio teria ocorrido por volta das 18h45 da sexta-feira (horário local, 13h45 em Brasília). O ministro estava na Itália para participar do Fórum Internacional de Direito.

O ministro foi chamado de "bandido, comunista e comprado", conforme a investigação. As palavras teriam vindo de Andreia. Advogados criminalistas afirmaram ao UOL que os brasileiros podem responder por crimes de injúria e agressão.

O filho de Moraes chegou a ser agredido fisicamente, segundo a PF. As agressões teriam partido de Mantovani Filho.

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