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Nikolas questiona ex-Abin quanto à negativa de Dino sobre alerta do 8/1

Do UOL, em São Paulo

01/08/2023 16h38Atualizada em 01/08/2023 16h50

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) questionou o ex-diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sobre relatórios que teriam sido enviados ao ministério da Justiça.

O que aconteceu:

Saulo Moura da Cunha disse que foram encaminhados alertas a diversas autoridades, inclusive à Secretaria de Operações Integradas do ministério da Justiça. O ex-agente, no entanto, não citou Flávio Dino nominalmente como um dos receptores.

O ex-diretor-adjunto explicou que não é possível garantir quem teve conhecimento dos documentos ou não. "Os órgãos não nos confirmam se receberam ou não. Os órgãos federais estavam representados na célula integrada de inteligência e segurança pública. A Abin não detém a cadeia do conhecimento depois que sai da Abin", explica Cunha.

Nikolas, então, criticou o sistema de envio dos alertas: "Não estou dizendo que chegou no WhatsApp do Flávio Dino, mas o ministro possuía soberania sobre o ministério. Então não faz sentido encaminhar algo sem confirmação de que aquele órgão ou ministério recebeu, ou não", disse.

O deputado novamente questionou se o ministério da Justiça recebeu o informe sobre os riscos de invasões: "Só pode ter uma das duas: não pode ser incompetência e omissão ao mesmo tempo". O agente da Abin voltou a dizer que as informações foram encaminhadas, mas que não é possível garantir o que foi recebido.

"Há um compromisso de todos os órgãos nos grupos de inteligência de se manterem a par das informações que constam ali. [...] É impossível saber, das 48 agências, quem leu a informação. [...] Efetivamente, não posso lhe afirmar se o ministério da Justiça ficou a par ou não dessa informação. Não temos o controle dessa cadeia", concluiu.

Eu nunca afirmei que o ministro da Justiça recebeu os informes. Eu disse que os informes foram encaminhados para a diretoria de inteligência da Secretaria de Operações Integradas do ministério da Justiça.
Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Abin

O que disse Flávio Dino:

O ministro Flávio Dino negou ter recebido as informações da Abin em relação aos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. A afirmação foi feita durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

"Inventaram que eu recebi um informe da Abin, que é tão secreto que ninguém nunca leu, nem eu mesmo. Por quê? Por uma razão objetiva: eu jamais o recebi", disse.

Documentos foram encaminhados ao ministério de Dino, ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e a outros 13 órgãos, incluindo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, conforme documentos encaminhados ao Congresso.

Conforme mostrou reportagem da Folha de São Paulo, o relatório é um compilado de mensagens distribuídas pelo WhatsApp, em grupos ou individualmente, entre 2 e 8 de janeiro.

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