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CPI do 8/1 convoca hacker da Vaza Jato e marca depoimento de Torres

Walter Delgatti Neto foi convocado para depor na CPI do 8/1 Imagem: Matheus Pichonelli/UOL

Carolina Nogueira

Colaboração para o UOL, em Brasília

03/08/2023 13h01Atualizada em 03/08/2023 16h38

A comissão de deputados e senadores que investiga os ataques golpistas do 8 de janeiro aprovou hoje (3) a convocação do hacker Walter Delgatti Neto.

O que aconteceu

A votação do requerimento apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) foi acertada em reunião.

O encontro realizado na liderança do PDT durou mais de duas horas e foi marcado por discussões acaloradas entre os parlamentares do governo e da oposição.

A base governista definiu como "prioridade" a convocação do hacker. Ele será interrogado sobre a possibilidade de invasão do sistema das urnas eletrônicas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Parlamentares da oposição concordaram em pautar a convocação, mas votaram contra.

Delgatti Neto ficou conhecido por invadir celulares dos procuradores da Lava Jato. Ele é alvo de uma investigação da PF (Polícia Federal) por tentar invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserir documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão) contra o ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Ontem a PF prendeu Delgatti em Araraquara (SP) e realizou operações de busca e apreensão na casa e gabinete da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

O hacker contou à polícia que "foi pago para ficar à disposição da deputada" e como acertou com Zambelli o pedido de prisão falsa de Moraes.

Para a próxima terça-feira (8), está agendado o depoimento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Outras convocações aprovadas

Os parlamentares aprovaram ainda as convocações:

Luis Marcos dos Reis - sargento e suspeito de sacar dinheiro vivo em caixas eletrônicos para pagar despesas de Michelle Bolsonaro. Segundo o relatório do Coaf, o militar depositou pouco mais de R$ 70 mil para o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL);

Marcela da Silva Moraes Pinno - cabo da Polícia Militar do Distrito Federal que foi agredida durante os atos golpistas do 8 de janeiro;

Cintia Queiroz de Castro - coronel da PMDF e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

A convocação do fotógrafo da Agência Reuters Adriano Machado, fotógrafo da Agência Reuters que aparece nas imagens das câmeras de segurança registrando as depredações no Palácio do Planalto, foi um pedido defendido pela oposição.

De acordo com o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), Machado será ouvido porque "testemunhou um crime".

O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou que não tinha acordo da base para a convocação do fotógrafo da Reuters.

Não houve consenso para aprovar a quebra de sigilo e acesso ao RIF de Michelle Bolsonaro e Jair Bolsonaro. Os requerimentos foram apresentados pela deputada Jandira Feghali (PC do B - RJ) com base no relatório da Abin entregue à comissão.

O documento, segundo a parlamentar, indica que a ex-primeira-dama e Jair Bolsonaro (PL) receberam, respectivamente, um envelope e uma caixa com pedras preciosas em outubro de 2022.

Quebra de sigilos

A comissão aprovou ainda a quebra dos sigilos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaroex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres.

Em acordo costurado na reunião, foi aprovado o acesso ao RIF (Relatórios de Inteligência Financeira) de Delgatti Neto. O documento elaborado pelo Coaf traz informações sobre as movimentações financeiras atípicas da pessoa física indicada.

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