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Presidente de CPI é gordofóbico com Sâmia: 'Quer remédio ou hambúrguer?'

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MST, deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), fez uma fala machista e gordofóbica em direção à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) durante a sessão de hoje.

O que aconteceu

Em tom irônico, o apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pergunta se a deputada está nervosa. "A senhora respeite. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio ou quer um hambúrguer?", disse o parlamentar.

Momentos depois, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) rebate o presidente da CPI e diz que ele desrespeitou o regimento da Câmara. "O senhor é presidente de uma CPI, o senhor não tem vergonha de envergonhar o parlamento brasileiro e atacar mulheres eleitas?".

A psolista é constantemente interrompida por outros integrantes da CPI, enquanto tenta rebater a fala machista e gordofóbica do presidente. "O senhor cale a sua boca porque estou no meio tempo, não me interrompa", diz Talíria a um membro da Mesa.

Por meio de nota, Sâmia Bomfim disse que essa postura do deputado Tenente-Coronel Zucco é constante e que a fala desmoraliza a comissão. "Em vez de criminalizar o movimento como eles pretendiam, só tem acumulado episódios de abuso de autoridade e violência política de gênero. Por esse crime, aliás, ambos já respondem a inquérito na PGR e esse fato novo será somado aos autos".

Procurado pelo UOL, Zucco diz que vem sendo alvo de ataques e "ofensas de baixo nível" por parte da base governista, segundo ele, visando "interromper trabalhos, fazer provocações baixas e desrespeitosas com seus colegas para, no final, posarem de vítimas apenas pelo fato de serem mulheres". Além de Sâmia, ele inclui os nomes de Talíria e Fernanda Melchiona no grupo que usaria, nas palavras dele, desta "estratégia".

Foram várias as oportunidades em que estas parlamentares fizeram ataques pessoais a mim, enquanto presidente, ao relator e aos membros do colegiado. E, frequentemente, fazem isso com os microfones desligados, mas alto o suficiente para ser testemunhado por todos os presentes e, em especial, pelo alvo de suas provocações. Mas para tudo há um limite. Usar a condição de saúde do meu irmão para me atingir é uma provocação baixa e sem escrúpulos. Reagi por impulso. Logo em seguida, me retratei e pedi a retirada da expressão das notas taquigráficas por entender que o respeito deve imperar em qualquer relação. Mas este mesmo respeito deve ser recíproco e universal.
Zucco, presidente da CPI do MST

Essa é a conduta do presidente e do relator desde o início dos trabalhos da CPI, tanto no espaço do Parlamento como nas redes. Isso só corrobora com a desmoralização dessa comissão que, em vez de criminalizar o movimento como eles pretendiam, só tem acumulado episódios de abuso de autoridade e violência política de gênero. Por esse crime, aliás, ambos já respondem a inquérito na PGR e esse fato novo será somado aos autos.
Sâmia Bomfim, deputada

Veja abaixo o momento em que a deputada Talíria Petrone rebate o presidente da CPI:

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