Lira diz que votação do arcabouço não tem relação com troca em ministérios
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o atraso na votação do projeto do novo arcabouço fiscal não tem relação com as negociações para dar mais espaço ao centrão na Esplanada dos Ministérios. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também negou que houvesse uma "crise" entre o Palácio do Planalto e os líderes sobre o calendário de votação.
O que aconteceu?
A proposta que define novas regras fiscais foi aprovada na Câmara em maio, mas sofreu alterações no Senado. Por isso, o projeto volta para mais uma análise dos deputados, que decidirão se vão manter as mudanças aprovadas pelos senadores.
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Lira justificou que a análise do arcabouço independe da base aliada, uma vez que a Câmara tratou do tema como "pauta prioritária de Estado". Ele afirmou que ainda não há consenso entre os líderes e vai discutir o texto em reuniões nesta e na próxima semana.
Para o presidente da Câmara, interlocutores do governo fizeram "um texto na Câmara e outro no Senado". Ele explicou que negociaram com os deputados e com senadores trechos distintos na proposta e que as mudanças não foram "pactuadas" com os líderes.
Apesar de Lira negar que o atraso na votação do arcabouço esteja ligado à reforma ministerial, o UOL apurou que há uma insatisfação nas bancadas do centrão diante da demora do Executivo em oficializar o convite ao PP e ao Republicanos para entrar no governo.
Na avalição de integrantes dos dois partidos, o tempo de indicação é do presidente Lula (PT). Mas lembram que o Planalto teve todo o recesso parlamentar para articular a troca nos ministérios e lembram que é interesse do governo, principalmente, aumentar a base aliada.
Nos bastidores, o grupos já trabalha com a possibilidade da reforma ministerial ser decidida só após o retorno de Lula de uma série de viagens. Ele visita a região amazônica a partir de amanhã (4) e participa da Cúpula da Amazônia, em Belém, nos dias 8 e 9.
Nos dias seguintes, entre 10 e 11 de agosto, Lula vai ao Rio de Janeiro para o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A expectativa é que as indicações nos ministérios aconteça só depois dessas agendas.