STF tem três votos para tornar Zambelli ré por porte ilegal de arma
Do UOL, em São Paulo
11/08/2023 11h05Atualizada em 11/08/2023 18h21
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia votaram para tornar a deputada federal Carla Zambelli ré por porte ilegal de arma no caso de perseguição a um jornalista em outubro do ano passado.
O que aconteceu?
Relator do caso, Gilmar Mendes votou por acatar a denúncia contra Zambelli. O ministro foi acompanhado por Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. A análise é feita em plenário virtual e vai até o dia 21. É preciso maioria de votos (6) para que a deputada federal se torne ré.
Em nota, a defesa de Zambelli afirmou que aguarda a finalização do julgamento.
Nada obstante, esclareça-se que na data dos fatos, a Deputada estava almoçando com seu filho quando foi xingada, ofendida, vilipendiada, afrontada e ameaçada por terceira pessoa que, inclusive, está sendo investigada por esses fatos. Acresça-se que a Deputada somente agiu dentro do exercício regular de seu Direito, e, ademais, possuía registro e porte de arma, concedido pelo poder público, portando-a naquela data em função das dezenas e diversas ameaças de morte, bem como ameaças à sua integridade física e do filho"
Defesa de Carla Zambelli, em nota
Aliada do ex-presidente Bolsonaro, Zambelli foi filmada apontando a arma para um homem negro. O caso ocorreu em outubro do ano passado, um dia antes do segundo turno das eleições, na esquina da rua Joaquim Eugênio de Lima com a alameda Lorena, em São Paulo.
No vídeo, Zambelli atravessa a rua e entra em um bar com uma pistola empunhada. A parlamentar alegou que quis se defender após ter sido agredida e empurrada pelo homem, o jornalista Luan Araújo. Imagens do momento da confusão, no entanto, mostram que isso não aconteceu. A deputada, na verdade, caiu sozinha.
Na versão de Araújo, a confusão começou após ele encontrar Zambelli em um bar e mandá-la "tomar no cu". Ele relata que as pessoas que acompanhavam deputada começaram a filmar a discussão até que o homem disse "te amo, espanhola", uma referência a uma provocação do senador Omar Aziz (PSD-AM). Foi neste momento que Zambelli se desequilibrou, caiu e passou a correr atrás da vítima com a arma
Em 20 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes determinou que Zambelli entregasse a pistola que usou para perseguir o homem. Ele atendeu um pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).
A parlamentar cumpriu a decisão em 27 de dezembro, quando entregou a pistola Taurus G3C e as munições na Superintendência da PF em São Paulo.